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Medicina ABC combate a hanseníase
Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
22/04/2001 | 19:13
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A Faculdade de Medicina da Fundação do ABC promove, de segunda-feira a sexta-feira, a Campanha de Combate à Hanseníase 2001. Todas os moradores do Grande ABC que possuem manchas na pele, esbranquiçadas ou avermelhadas, com dormência ou formigamento, devem passar por consulta para identificação da hanseníase (antigamente chamada de lepra ou mal-de-Lázaro).

O atendimento será realizado em dois postos localizados em Santo André: das 8h às 11h, no ambulatório de dermatologia da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC (avenida Príncipe de Gales, 821, bairro Príncipe de Gales) e, das 8h às 16h, no Centro de Especialidades 1 (avenida Ramiro Coleone, 220, Centro).

Diferentemente do que muita gente pensa, a hanseníase é uma doença que tem cura, e não deixa seqüelas caso seja identificada e tratada a tempo. A dermatologista Lúcia Ito, responsável pelo ambulatório de hanseníase da Medicina do ABC, disse que a doença ainda é tabu. “As pessoas ainda acreditam que os portadores perdem partes do corpo e que não podem viver em sociedade por causa do contágio.”

Ela explicou que a hanseníase, caso não tratada, causa perda da função motora de órgãos, como braços e pernas, porque a bactéria causadora da doença atinge os nervos responsáveis pelos movimentos, mas não provoca queda de membros.

O contágio acontece, de acordo com Lúcia, mas não são todos os doentes que passam as bactérias para outros. Isso porque há dois tipos de hanseníase: a contagiante e a não contagiante. No primeiro caso, o doente deixa de transmitir a doença assim que o tratamento é iniciado.

O tratamento, à base de medicamentos, pode durar seis meses, nos casos de hanseníase não contagiosa, ou dois anos, no caso da contagiosa. De acordo com a dermatologista, o Grande ABC era considerado uma zona cuja doença estava eliminada até há cerca de cinco anos. Desde então, os casos voltaram a aparecer e estão crescendo.

Nos últimos cinco anos, foram registrados 600 casos na região. “Acredito que o número possa ser bem maior, já que muita gente não procura assistência médica com medo do preconceito”, disse. Segundo Lúcia, a doença deve ter retornado por causa da migração. O Brasil é o país com o segundo maior número de casos de hanseníase no mundo – perde para a Índia.




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