A Justiça Eleitoral rejeitou o pedido de candidatura do ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes (PDT), que concorre ao cargo de vereador na eleição de outubro. O motivo foi a falta de documentos apresentados pelo ex-gestor em processos judiciais abertos contra ele durante período de sua última gestão à frente do Executivo da cidade, entre 1997 e 2000. Gilson entrou com recurso para reverter a sentença.

O despacho assinado pelo juiz André Pasquale Rocco Scavone, publicado no site do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), cita o inciso 7º do artigo 27º da resolução 23.455/15, que descreve a obrigatoriedade da apresentação de certidões em ações judiciais em vigor. Ao todo, o juiz listou dez processos que estão com entraves em documentação. A maioria refere-se a ações civis públicas. Há também representações que tramitam na esfera criminal.

O ex-prefeito apresentou no mês passado, às vésperas do período permitido pela Justiça, documentação para concorrer a uma das 21 cadeiras do Legislativo diademense. Ele compõe o quadro de postulantes do PDT, inserido no arco de aliados que apoia a reeleição do prefeito Lauro Michels (PV).

Em sua justificativa, o ex-chefe do Executivo garantiu ter apresentado todas as certidões exigidas pela Justiça, esclarecendo que a decisão do juiz partiu pela “burocracia” na tramitação dos documentos. “Desde que apresentei minha candidatura em agosto busquei todos os documentos que me foram pedidos. O que está acontecendo é uma demora entre o despacho e baixa de ações. Muita coisa (ações) já estava se perdendo e com pouco teor. O que podia fazer eu já fiz, agora dependo da Justiça para conseguir concorrer na eleição”, alegou Gilson.

O veterano político acrescentou estar confiante sobre desfecho positivo, salientando que não tem deixado de fazer campanha pelas ruas praticamente todos os dias, além de pedir votos pela reeleição de Lauro. Primeiro prefeito eleito na história no PT (em 1982), Gilson trava longa batalha com o poder Judiciário. Ele segue há aproximadamente uma década com bens bloqueados por supostas irregularidades também referentes à gestão entre 1997 a 2000.

OUTROS CASOS
Nos últimos dias, a Justiça Eleitoral também rejeitou registro de outros políticos renomados na região para a disputa por cadeiras nos Legislativos. Ao todo, sete nomes que já exerceram mandatos nas câmaras foram indeferidos por conta de problemas com documentações e ações judiciais.

A maior ocorrência foi registrada em São Bernardo, com três casos. Todos com candidaturas no PSDB e que envolvem os ex-vereadores Sérgio Demarchi, Alberto Raposo e Edinho Montemor (ex-deputado federal). Em Diadema, os ex-vereadores Pastor Isaías (PSB) e Antonio Bomfim de Melo, o Titio (DEM), também foram reprovados pelo Judiciário. Titio é o único entre os políticos que não entrará com recurso à decisão, renunciando à disputa – ele já apoia a reeleição de Reinaldo Meira (DEM). Completam o quadro de indeferidos no Grande ABC os ex-parlamentares Samuel Siqueira (PSB-Santo André) e Cabo Dias (Rede-São Caetano).