O documentário “Lévi-Strauss: Saudades do Brasil”, dirigido por Maria Maia, da TV Senado, foi selecionado para o Terceiro Festival Internacional de Documentário-Ficção, que acontece em Paris, na França, de 20 a 22 de abril. O filme concorrerá em três categorias: Grande Prêmio do Público, Prêmio de Criação e Originalidade e Melhor Roteiro. Esta é a segunda vez que um documentário produzido pela TV Senado participa do Festival. A primeira foi em 2005, com “Portinari”, também dirigido por Maria Maia.
O Festival tem grande importância no mercado de produção cinematográfica e televisiva mundial, já que é o único no mundo direcionado aos filmes que trabalham com a idéia de que as duas linguagens - documentário e ficção - caminham juntas. Na edição deste ano, estão concorrendo 39 filmes escolhidos entre 85 candidatos de todo o mundo.
”Lévi-Strauss: Saudades do Brasil” reconstitui as viagens do antropólogo e pensador francês no país no início de sua carreira. Lévi-Strauss chegou ao Brasil em 1935, na segunda leva de professores europeus que vieram dar aulas na recém criada USP (Universidade de São Paulo). Daqui, organizou, com o apoio de Mário de Andrade, as famosas expedições às tribos indígenas Bororo, Kadiweu e Nambiquara, que resultaram, 15 anos depois, no livro “Tristes Trópicos”, que teve repercussão mundial.
Além de uma entrevista do próprio Lévi-Strauss, o documentário traz o depoimento de Antônio Cândido, Jean Malaurie (editor de “Tristes Tropiques”) e líderes indígenas. Ele conta com a participação especial de Caetano Veloso e da atriz Juliana Carneiro da Cunha. O filme resgata uma das mais importantes manifestações culturais indígenas, que é a cerimônia do funeral Bororo.
”Tivemos a grande oportunidade de retomar o contato com as aldeias visitadas pelo casal Lévi-Strauss no passado e resgatar imagens da cerimônia de quatro décadas distintas para reconstituir, em áudio e vídeo, um ritual que é baluarte da cultura indígena mundial. Além disso, me marcou muito a entrevista com o próprio Lévi-Strauss, na sua casa em Paris, um grande pensador da cultura contemporânea, que aos 98 anos continua muito lúcido e com uma memória invejável dos fatos históricos e cenas vividas no Brasil”, afirmou a diretora Maria Maia.