A rodovia Índio Tibiriçá começa a ser recuperada ainda no primeiro semestre deste ano. Ao custo de R$ 20,7 milhões, o governo do Estado pretende recapear os 37 quilômetros de extensão da estrada e construir outras três rotatórias que devem organizar os acessos aos bairros de Ribeirão Pires. A iniciativa é bem mais tímida que o projeto inicial, que previa a construção de nove rotatórias e oito trechos, com um quilômetro cada, de pista dupla, que facilitaria a ultrapassagem de veículos. A média de vítimas fatais na estrada de janeiro a novembro do ano passado foi de 1,45.
Apesar de bem-vinda, a recuperação da estrada da morte proposta pelo governo do Estado não agrada os prefeitos de duas das três cidades do Grande ABC que são cortadas pela Índio Tibiriçá. Clóvis Volpi, de Ribeirão Pires, e William Dib, de São Bernardo, adiantaram à reportagem do Diário que o assunto será levado nesta quinta-feira ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. “O recapeamento ajuda, mas essa é uma estrada extremamente perigosa. No meu entender, o ideal seria que ela fosse duplicada”, afirma Volpi.
Apenas o prefeito de Santo André preferiu não entrar na polêmica. Segundo a assessoria de imprensa de seu gabinete, João Avamileno aguardará a definição final do projeto de recuperação da Índio Tibiriçá por parte do governo. Isso porque a secretaria de Estado dos Transportes, responsável pela obra, ainda não detalhou o edital para licitação das obras. Com isso, outras intervenções, como as previstas no projeto inicial, ainda podem ser incluídas ao longo dos 37 quilômetros da rodovia da morte.
Segundo o secretário de Estado dos Transportes, Dario Rais Lopes, o principal impasse para se manter o projeto inicial foi a situação de irregularidade da rodovia. “Em todo trecho, existem diversos pontos em que a área de concessão da Índio Tibiriçá foi invadida. Não pretendemos fazer desapropriações naquele trecho. Por isso, prefirimos não incluir a recuperação da estrada na lista de obras que receberiam investimento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)”, afirma.
O projeto inicial de recuperação da Índio Tibiriçá receberia R$ 16 milhões oriundos do financiamento com o banco. Outros R$ 16 milhões seriam bancados pelo governo do Estado. Com a não inclusão da estrada no acordo com o BID, o orçamento previsto inicialmente para a obra encolheu 35%, passando de R$ 32 milhões para R$ 20,7 milhões. Nos próximos dias, será aberta a licitação da obra. Os trabalhos devem ser concluídos 18 meses após seu início.
Outras – A recuperação da Índio Tibiriçá faz parte de um programa do governo que prevê a melhoria de 1,6 mil quilômetros de rodovias em todo Estado. Todo projeto está orçado em R$ 1,17 bilhão – R$ 200 milhões financiados pelo BID. A princípio, a previsão era que o repasse do banco fosse de US$ 120 milhões – cerca de R$ 324 milhões. Segundo o governador Geraldo Alckmin, a redução foi uma estratégia para não aumentar o endividamento do Estado.
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