A Itália estuda a possibilidade de recorrer à CIJ (Corte Internacional de Justiça) de Haia diante da negativa do Brasil de extraditar o ex-militante de extrema esquerda Cesare Battisti, disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, em declarações ao jornal Corriere della Sera, publicadas no domingo.

A Itália tentará "absolutamente tudo. Pensamos levar o caso à Corte Internacional de Haia", afirmou o ministro, que considerou a decisão brasileira um "precedente muito grave que poderá ter um impacto no destino de muitos criminosos foragidos".

Por enquanto, "apresentaremos um recurso ante a Suprema Corte brasileira contra a decisão, que surpreendeu inclusive juízes brasileiros de renome", anunciou Frattini.

Por outro lado, Frattini advertiu que a aprovação do tratado de associação entre Brasil e Itália "não será fácil".

"Talvez não seja rejeitado, mas poderá ser adiado", disse Frattini, que reconheceu, no entanto, que um "governo forte como o do Brasil não está condicionado por ações de represália".

O ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu na sexta-feira passada, em seu último dia de governo, não extraditar para a Itália Cesare Battisti, condenado por quatro assassinatos no país europeu, o que foi recebido com duras críticas pelo governo italiano.