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Ribeirão Pires retoma estado de alerta por causa da chuva
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
07/03/2004 | 21:40
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  A Defesa Civil de Ribeirão Pires entrou neste domingo novamente em estado de alerta, a mais grave classificação do sistema de prevenção, após permanecer três dias em atenção. A chuva da madrugada fez romper um talude de uma casa na rua Francisco Viola, na Vila Sueli, e um muro caiu na rua Rinópolis, no Barro Branco.

Os estragos da chuva de sábado, com índice de 33 mm, ainda podiam ser vistos neste domingo. A cidade apresentou o maior número de ocorrências em decorrência da chuva na região – dez casos –, a maioria deslizamentos. Não houve vítimas.

Segundo o presidente da comissão municipal da Defesa Civil do município, Marcos Bandini, os problemas se agravaram desde a última quinta-feira. “Do dia 4 até hoje (domingo), foram registradas cerca de 50 ocorrências, que resultaram em oito interdições totais e parciais de imóveis nas Vilas Sueli, Conceição e Jardim Valentina, entre outros pontos. Elas representam um quarto dos incidentes ocorridos desde fevereiro”, disse Bandini. Do dia 6 de fevereiro até o momento, já choveu 406,9 mm no município, índice superior ao do mês normalmente mais chuvoso, janeiro, que não chegou a 300 mm.

“Olhei pela janela e vi o muro cair na casa ao lado”, contou o dono de um imóvel da rua Rinópolis, o militar aposentado Cícero de Oliveira Galvão, 61 anos. Poucos dias antes, a terra havia deslizado no barranco que fica em frente a sua casa.

A dona de casa Elza Aparecida Júnior, 42 anos, também levou um susto no sábado, ao ver a terra deslizar ao lado de sua casa, na rua José D’Abreu Paulino, na Vila Sueli, que foi parcialmente interditada. “De repente, algumas árvores começaram a cair e depois a terra desceu de vez.” O terreno que deslizou pertence à Companhia Brasileira de Cartuchos, segundo o coordenador da Defesa Civil.

Já a região entre as ruas Zumbi e Piratininga, na Vila Conceição, é apontada como uma das principais áreas de risco da cidade. A rede de drenagem de águas pluviais no local se rompeu e há trincas em imóveis.

Outras áreas críticas são o jardins Caçula, Itacolomy, Mirante, Santa Rosa, Valentina, Vilas Aurora, Conceição, Sueli e bairros Santa Luzia e Barro Branco. “No Jardim Caçula, a rua Carlos Silvério é a única interditada no município, porque cedeu”, disse Bandini. Corredores importantes da cidade também estão em condições precárias, entre eles a avenida Humberto de Campos e as ruas Coronel Oliveira Lima e Pedro Rípoli. Barrancos na beira da rodovia Índio Tibiriçá podem ceder ou cederam parcialmente.

Nesta segunda, haverá uma reunião entre a Secretaria de Obras e a Defesa Civil para discutir a recuperação dos trechos urbanos críticos. Também está prevista uma vistoria nas áreas de risco do município por equipes do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), IG (Instituto Geológico) e Defesa Civil Estadual. Eles deverão avaliar também se o município continuará em estado de alerta.

Região – Rio Grande da Serra também sofre com os deslizamentos. Os trechos mais críticos ficam nas ruas Minas Gerais, Santa Catarina e Piauí – essa última, na Vila São João, é um dos locais mais prejudicados. De quinta-feira até sábado, cinco casas foram atingidas por deslizamentos de encostas.

O caso mais recente foi o da casa do pedreiro Aurelino Ferreira dos Santos, 45 anos, que teve o seu imóvel interditado neste domingo pela Defesa Civil. “A terra começou a cair na quinta-feira e, com a chuva de sábado, tudo veio abaixo”, disse o morador.

Mauá também teve neste domingo um deslizamento de barranco na avenida Barão de Mauá, altura do número 6.101, mas sem gravidade. Em São Bernardo, três muros caíram.




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