Luciano de Almeida, 23 anos, conhecido como Quaquá ou Diabo Loiro, e Cristiano Fondello Domingues, 20, acusados de matar três estudantes, em Mongaguá, no litoral de Sao Paulo, admitiram, quarta-feira, durante a reconstituiçao do triplo homicídio, o uso de um revólver "para intimidar os rapazes", fato negado anteriormente. Em depoimentos à polícia, eles confessaram o assassinato dos estudantes Bruno Ruggeri de Paula Andrade, Ariel Laggata de Souza e Danilo Ramos Ribeiro, todos com 17 anos, mortos com requintes de crueldade, na casa de veraneio de uma das vítimas, no domingo de Páscoa.

Na reconstituiçao, comandada pelo delegado-titular do município, Orlando Augusto de Souza, Almeida e Domingues praticamente confirmavam o que já haviam dito em seus depoimento. Revelaram aos peritos que utilizaram um revólver emprestado de um amigo - que vai ser procurado pela polícia - "apenas para intimidar os rapazes", que nao reagiram ao assalto. "A partir desse momento, eles tiveram completo domínio da situaçao, quando os rapazes foram amarrados para que um deles pudesse fazer os saques com os cartoes bancários", disse o delegado.

Interdiçao - A Rua Silvano Diroz, onde está localizada a casa de temporada, foi interditada nesta quarta-feira pela manha para a reconstituiçao. Ao chegarem ao imóvel, sob forte escolta policial, os dois assassinos foram vaiados pelos moradores da vizinhança, que tentaram acompanhar o trabalho da polícia. Toda a açao desenvolvida no interior da casa só pode ser acompanhada pelos peritos, que filmaram e fotografaram tudo. Familiares das vítimas nao estiveram no local.

A reconstituiçao do triplo homicídio durou quase quatro horas. No final da tarde, os dois criminosos foram transferidos para uma prisao de segurança máxima, em Praia Grande, conhecida como Dacar-10, onde deverao permanecer detidos. Na semana passada, a juíza Ana Paula Mafra decretou a prisao temporária dos acusados por 30 dias.