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Famílias desconhecem recursos para buscar desaparecidos
Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
25/01/2003 | 18:18
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A desinformação quanto aos recursos que possam auxiliar na busca de um familiar desaparecido é muito comum, segundo representantes de algumas instituições oficiais e ONGs (Organizações Não-Governamentais). O motivo é claro: a maioria das pessoas que possui entes desaparecidos é de classe social mais baixa.

Atualmente, o Estado possui dois órgãos, a delegacia de desaparecidos do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) e o Setor de Pessoas Desaparecidas da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social. O governo federal, no final de dezembro do ano passado, também criou uma página eletrônica na qual divulga fotografias de pessoas desaparecidas. Por outro lado, duas ONGs, na capital paulista, fazem o trabalho voluntariamente e sem recurso nenhum do Estado ou da Prefeitura: Mães da Sé e União de Mães do Brasil. As ONGs, freqüentemente, passam por muitas dificuldades financeiras.

Essas instituições cadastram as famílias, divulgam fotografias em veículos de comunicação, mantêm páginas eletrônicas na Internet e estão de prontidão para receber qualquer informação que possa ajudar a elucidar um caso de desaparecimento. A delegacia específica da polícia possui uma equipe de 30 investigadores para apurar casos que apresentem indícios mais fortes, o que pode culminar em uma investigação mais profunda.

Segundo a presidente da Mães da Sé, Ivanise Esperidião da Silva – que também tem uma filha desaparecida –, um grave problema é a falta de iniciativa do empresariado. “Na época em que a novela da Rede Globo (Explode Coração) fez campanha para encontrar desaparecidos, várias empresas se dispuseram a fornecer espaços em suas embalagens para divulgação de fotografias. Passou o modismo, ninguém mais ajuda”, disse.

Primeiros passos – Segundo o delegado titular da Delegacia de Desaparecidos, José Flamínio Ramos Martins, o primeiro passo que a família deve tomar é tentar coletar o maior número possível de informações. “Após o desaparecimento, os familiares devem procurar amigos, namorados e parentes que vivem mais distante. Confirmado o sumiço, deve fazer um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima ou pela Internet”, disse.

Segundo Ramos Martins, o DHPP recebe todas os boletins de ocorrência das delegacias do Estado e mantém um cadastro com todas as informações pertinentes à identificação do desaparecido – como cicatrizes e especificações dentárias. As informações são utilizadas em caso de morte de desconhecido no Estado de São Paulo. A comunicação interestadual sobre o encontro de corpos é feito apenas nos Estados mais próximos, como Minas Gerais e Paraná.

Qualquer informação a respeito de desaparecidos ou dúvida de empresas que desejam ajudar a causa devem ser encaminhadas ao DHPP (telefones 3311-3286/3238/3444 ou 3315-0147), Setor de Desaparecidos do Estado (3331-1333/5186) e Mães do Brasil (3326-2079/3315-9408). A ONG Mães da Sé atualmente está com telefones cortados. As páginas eletrônicas disponíveis para qualquer informação ou divulgação de fotos são as da Polícia Civil (www.policia-civ.sp.gov.br ou e-mail www.pessoas-desaparecidas@sp.gov.br), do Setor de Desaparecidos do Estado (www.missingkids.com.br ou e-mail www.desapsos@amcham.com.br) e governo federal (www.mj.gov.br).




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