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Pilotos de jet skis colocam em risco banhistas na Prainha da Represa Billings
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
16/11/2010 | 07:29
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Pilotos de jet skis colocam em risco a diversão de frequentadores da Prainha da Represa Billings, no Riacho Grande, em São Bernardo. O desrespeito à distância mínima entre equipamentos e banhistas é comum, além da falta de fiscalização no local.

A equipe do Diário esteve na Prainha nos dois feriados de novembro - ontem e dia 2. Nas duas ocasiões foi constada a presença de jet skis a menos de 20 metros dos banhistas. A Marinha, responsável pela fiscalização, não foi vista em nenhuma das ocasiões.

A distância mínima a ser respeitada entre embarcações a motor e banhistas é de 200 metros. Para ancorar, desembarcar pessoas ou serem removidos da água, os veículos devem se aproximar em direção perpendicular à margem, com velocidade máxima de 3 nós (pouco mais de 5 km/h). Em caso de descumprimento, a punição varia de multa até a proibição de navegar.

A situação é preocupante. Com a proximidade do verão, a tendência é aumentar o número de lanchas e jet skis na Billings. Um bombeiro que atua como salva-vidas confirmou ser "rara" a presença de funcionários da Marinha na represa.

 "Dá medo deixar as crianças para brincar aqui. Agora pouco, quase que dois jet skis se bateram. É perigoso para todos", comenta o motorista Osvaldo da Silva, 62 anos. Ele também afirmou nunca ter visto fiscalização por ali.

Apesar das evidentes irregularidades, o comerciante Rodrigo Del Valle, 32, que se preparava para pilotar o equipamento, nega a aproximação de jet skis na Prainha. "Ninguém vai perto da Prainha, o pessoal costuma ficar para o lado de cá (perto da Via Anchieta)."

A imprudência irrita até a empresa que faz passeios de lancha e jet skis. "O povo faz besteira e a gente ‘se queima'. O pessoal vê o povo abusando e pensa que fazemos igual", protesta o marinheiro Fernando da Fonte. Ele diz que todos os condutores da empresa têm habilitação para navegar.

O marinheiro revela que a empresa pediu à Marinha que aumentasse a fiscalização. "Eles dizem que não têm suporte para estar sempre aqui."

A Marinha informou que a Billings é inspecionada periodicamente, cumprindo planejamento da Capitania dos Portos. Além disso, ressalta que a fiscalização é intensificada durante a chamada Operação Verão. A Marinha não informou com que frequência está no local e quantas pessoas fazem as inspeções na região.

Veículos tiram o sossego dos turistas

O desrespeito à legislação marítima e a imprudência de condutores de jet skis e lanchas também incomoda comerciantes e usuários de embarcações sem motor. Para Jailson Silveira Gouvêa, que aluga pedalinhos, seria "bem melhor" se a Prainha não fosse frequentada por jet skis.

"Eles passam muito perto das pessoas e dos pedalinhos", comenta. Além do perigo, o comerciante revela que os pilotos de jet skis provocam os outros frequentadores da represa. "Muitas vezes eles passam fazendo gracinha, jogando água nas meninas, nos pedalinhos", protestou.

O vigilante Antonio Carlos dos Santos, 37, que saiu de São Paulo para trazer os filhos para passear no Riacho Grande, defende que haja espaço exclusivo para as pessoas trafegarem de jet skis.

"A distância entre os veículos e as pessoas é muito pequena. Há o risco de acidente, até porque imagino que nem todos os condutores tenham experiência suficiente para guiar este tipo de veículo", comentou. O vigilante ressalta que foi ao local porque o Parque Estoril, próximo à Prainha, está fechado por conta de reformas no teleférico.

Além do risco de colisões, o motorista Alexandre Souza Santos, 26, apontou outros transtornos causados pelos veículos em alta velocidade. "O pessoal do jet ski passa muito rápido do lado da gente, formando ondas altas. Tem horas que parece que o pedalinho vai virar. É muito arriscado" ressaltou o motorista.

Para o auxiliar técnico Valter de Arruda, 54, as manobras perigosas feitas pelos condutores tiram o sossego de pais que vêm ao local para acompanhar os filhos. "Tenho medo por causa das crianças, que ficam brincando na água. Tem que estar sempre de olho. Não dá para descansar, não", lamentou Arruda.




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