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Mulher é roubada em shopping e policial é morto ao enfrentar ladrões
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
15/09/2006 | 22:43
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O policial civil Vanderlei Lopes Alonso, 40 anos, foi baleado sexta-feira ao tentar impedir um assalto dentro do estacionamento do Shopping ABC, na Vila Gilda, em Santo André. Ele viu quando uma mulher foi roubada por dois homens de moto no piso G2 do shopping e tentou impedir que levassem a bolsa com R$ 5 mil. Alonso foi socorrido, mas morreu no Hospital Brasil, do outro lado da rua do local do crime.

No momento em que Alonso atirou, a bala de seu revólver travou e não disparou. com a moto em movimento, uma Honda CG125 azul, os ladrões dispararam e acertaram o policial, que caiu na hora.

O assalto ocorreu às 11h10. Havia pouco movimento no estacionamento. A artista plástica Natália Passarelo, 30 anos, disse que tinha acabado de sacar o dinheiro na agência do Bradesco do mesmo bairro. Ela tinha ido ao shopping para depositar os R$ 5 mil.

Natália passou pela cancela do shopping normalmente e quando estacionava o carro, um Renault Clio, foi abordada pelos dois assaltantes. “Eles chegaram pedindo a bolsa. Só coloquei as mãos para fora do carro e eles mesmos a pegaram, no banco de trás”, contou a moça.

Os dois pegaram a bolsa e fugiram. Natália, por sua vez, foi procurar os seguranças dos shopping e não percebeu que Alonso havia visto tudo e tentava recuperar o dinheiro.

Enquanto a artista plástica chamava o funcionário, Alonso era ferido. Quando chegou acompanhada do segurança, os assaltantes já tinham fugido.

O sistema de vigilância do shopping foi acionado, a polícia chamada, mas os criminosos não foram pegos,

A polícia chegou no estacionamento, desviou o tráfego de carros dos consumidores para outro andar, isolou a entrada do G2 e o movimento no shopping continuou normalmente.

O estacionamento ficou repleto de viaturas da polícia logo depois do policial ferido ser socorrido. Muitos lojistas e clientes nem ficaram sabendo do ocorrido. Os clientes passeavam normalmente no piso térreo e freqüentavam a praça de alimentação como se nada tivesse ocorrido, enquanto os policiais conversavam pelos rádios num ritmo frenético no estacionamento. E mesmo lá, os clientes viam a movimentação e seguiam caminho rumo às escadas rolantes.

“Eu vi a ambulância e os seguranças, mas desci e fui na loja que precisava. Na volta, 20 minutos depois, o estacionamento estava abarrotado de viaturas, todas saindo rasgando por aí”, contou uma mulher que estava no shopping na hora do crime.

O serviço de limpeza do shopping limpou as poças de sangue no chão do estacionamento G2 em menos de meia hora.

Toda a Polícia Civil de Santo André foi mobilizada para tentar encontrar os homens. Dois suspeitos chegaram a ser detidos para averiguação, mas foram liberados.

A Polícia Militar também foi envolvida nas buscas pelos assassinos do policial. Uma blitz foi montada na frente do shopping por volta das 14h, e todas as motos que passavam pela rua eram paradas. Apesar das buscas, o dia terminou sem que ninguém fosse preso.

Segundo colegas de Alonso, ele estava a trabalho. Trabalhava numa investigação à paisana. “Ele era tranqüilo, não deve ter agido por impulso”, disse um investigador formado na mesma turma do policial morto.

Alonso era policial civil havia cinco anos. Era casado e tinha uma filha criança. Desde que saiu da Academia de Polícia, trabalhou como investigador na Delegacia de Homicídios de Santo André. Seu corpo será enterrado neste sábado, às 10h, no Cemitério Santo André, na Vila Humaitá.



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