Setecidades Titulo
Lei Seca reduz acidentes na Grande São Paulo
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
16/11/2008 | 07:00
Compartilhar notícia


A quantidade de homicídios culposos por acidentes de trânsito na Grande São Paulo, região que inclui os municípios do Grande ABC, teve a maior redução no número de mortes desde que a Lei Seca passou a vigorar no País.

Houve redução de 24% na quantidade de óbitos no trânsito quando comparado o terceiro trimestre de 2008 (meses em que a lei passou a ser aplicada) ao mesmo período de 2007.

Neste ano, de julho a setembro, a SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública) registrou 154 homicídios no trânsito da Grande São Paulo contra 202 nos mesmos meses do ano passado. Em seguida, a redução maior foi na Capital, onde houve queda de 15,7% no número de mortes sem intenção de matar que envolveram veículos.

Contudo, as cidades do Interior paulista pouco sentiram os efeitos depois que a Lei Seca foi estabelecida. A redução, de acordo com a SSP foi de apenas 5,7% no número de acidentes viários com morte. A secretaria não dispõe dos dados por cidade.

"A potencialidade do carro como um instrumento de morte não é avaliada adequadamente pelas pessoas que dirigem. A percepção do risco é baixa, elas não acreditam que uma simples distração pode provocar uma tragédia", afirma a psicóloga e coordenadora do NPT (Núcleo de Psicologia no Trânsito) da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Iara Picchioni Thielen.

Para o engenheiro de tráfego Arnaldo Souza, os motoristas têm cada vez mais adotado todos os comportamentos de risco no trânsito. "As pessoas furam sinal, excedem velocidade, bebem e dirigem e não se dão conta de que esses pequenos comportamentos é que provocam grandes desastres."

Iara defende ainda mudanças na legislação para que se regule os comerciais de veículos, a exemplo do que foi feito com propagandas de cigarros e bebidas alcoólicas. "Em geral, as propagandas de carros exaltam justamente aquilo que é perigoso em se fazer com um carro", fala a psicóloga da UFPR.

Fernando Diniz, da ONG Trânsito Amigo, defende que o automóvel, aclamado pelas indústrias como ‘paixão do brasileiro' seja visto somente como uma ferramenta de trabalho para taxistas e perueiros e um instrumento de deslocamento para as demais pessoas.

Contradição - Quanto mais segura é uma via, mais as pessoas se arriscam no trânsito. Este é um fenômeno que estudiosos de percepção de risco viário começam a concluir. "Quanto melhor o asfalto, a sinalização, mais os motoristas correm", aponta Iara.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;