Esportes Titulo Adeus às competições
Fabiana Murer e Marílson Gomes se despedem das competições

Atletas ocuparão cargos de coordenadores
na equipe BM&FBovespa, de São Caetano

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
26/08/2016 | 07:00
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Montagem/André Henriques


A Olimpíada do Rio de Janeiro foi a última oportunidade de ver Fabiana Murer e Marílson Gomes dos Santos em ação. Os dois decidiram encerrar subitamente a carreira e não vão mais competir em alto rendimento, porém, seguem contratados pela BM&FBovespa/São Caetano em outras funções. A saltadora será gerente institucional da entidade e cuidará do relacionamento com as federações nacionais e internacionais, enquanto o fundista vai trabalhar na base.

Fabiana pretendia disputar mais quatro competições neste ano, mas teve de desistir por conta da hérnia cervical que a atrapalhou nos Jogos do Rio – não passou do classificatório. “Tinha me comprometido a fazer as últimas quatro provas, mas não consigo. Depois da Olimpíada não saltei, mas fiz alguns testes e não sinto confiança no braço esquerdo. Por isso, decidi não saltar mais”, explicou a saltadora, que foi campeã mundial, mas nas três vezes em que esteve em Olimpíada não conseguiu bons resultados. Além da lesão neste ano, ela teve problemas com o vento em Londres-2012 e com o sumiço das varas em Pequim-2008.

Mesmo sem uma medalha olímpica, ela diz que encerra a carreira com a sensação de dever cumprido. “Quando comecei no salto com vara era uma pioneira. No Brasil não havia nem vara. Depois, com ajuda dos patrocinadores, conseguimos comprar equipamentos e competir fora do Brasil. Meu sonho era estar em uma Olimpíada, fui em três, mas, infelizmente, não deu para ganhar uma medalha”, lamentou ela, que tem 35 anos.

Marílson também deixa o atletismo satisfeito. Tricampeão da São Silvestre e bicampeão da Maratona de Nova York, ele enalteceu o fato de chegar aos 39 anos competindo em alto nível. “Fui até longe demais. Consegui resultados de expressão e fui para três Olimpíadas. Fico muito feliz, lógico que queria uma medalha no Rio de Janeiro, mas ao mesmo tempo sabia que seria muito complicado, teria de fazer prova perfeita. No geral termino a carreira feliz”, destacou o fundista, que acabou a Maratona na modesta 59ª posição.

Agora trabalhando nas categorias de base, Marílson espera dar à nova geração estrutura superior à que teve quando começou a carreira. “Os novos atletas vão ter condições de treinamento muito melhores do que as que eu tive. Espero que façamos disso uma ferramenta a mais para desempenhar esse potencial da nova geração, sem deixar que ela se perca no meio do caminho”, afirmou o maratonista.

Uma das promessas da equipe de São Caetano pode ser Miguel, o filho de 5 anos que Marílson tem com a também corredora Juliana. “Geneticamente ele está bem servido, filho de um fundista e uma meia-fundista”, brincou Marílson. “Agora é questão de gosto. Ele sempre quer estar envolvido nas competições, é muito ativo e se movimenta bastante. Tem tudo para ser um atleta”, acrescentou o fundista.




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