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Donisete Braga nega que tenha estado em Embu
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
19/05/2004 | 22:25
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O deputado Donisete Braga (PT) negou, com veemência, ter estado na região de Embu na noite seguinte ao seqüestro de Celso Daniel. Em entrevista exclusiva ao Diário, o parlamentar apresentou resposta dos questionamentos feitos por ele à empresa de telefonia celular Vivo. No documento, que contradiz o que foi apresentado pelos promotores, a empresa alega que há possibilidade, sim, de o sinal de seu celular ter sido captado por uma outra antena. Confira trechos da entrevista:

DIÁRIO – O sr. realmente esteve na região de Embu na noite de 19 de janeiro?
DONISETE BRAGA – Vou reafirmar mais uma vez de forma categórica que não estive nessa região. O laudo da Vivo que recebi traz contradições, mas não quero questionar isso agora. Os promotores sabem do esforço que fiz para que pudesse relembrar todo o meu percurso naquela noite, partindo de Santo André até o Palácio dos Bandeirantes, de onde eu não me ausentei. Eu não preciso montar ou construir qualquer álibi, até porque nessa reunião estavam dezenas e mais dezenas de pessoas.

DIÁRIO – Quais são as contradições do laudo?
BRAGA – Vamos pegar a questão sobre a possibilidade de transposição de sinais de abrangência para outra. Sim, é a resposta que eu tenho. Na resposta dada aos promotores ela não vem afirmativa, na minha ela vem afirmativa.

DIÁRIO – O que o sr. você acha que pode ter ocorrido?
BRAGA – Na verdade, eu não vou mais entrar no mérito da questão técnica. Eu vou fazer um estudo minucioso do relato da Vivo e, a partir daí, fazer novas indagações à empresa, pra que, inclusive, essas dúvidas possam ser dirimidas.

DIÁRIO – E o que o sr. pretende fazer?
BRAGA – Juridicamente, estou consultando um advogado para que ele possa tomar as devidas providências.

DIÁRIO – Para quem o sr. telefonou naquela noite?
BRAGA – Das ligações que foram feitas do meu aparelho de celular não há qualquer ligação de caráter estranho ou para pessoas que pudessem ser desconhecidas no Grande ABC. As pessoas que me ligaram foram meus familiares, vizinhos, parlamentares aqui da região.

DIÁRIO – Os promotores alegam que o sr. telefonou para o empresário Ronan Maria Pinto. O sr. se recorda sobre o que conversaram?
BRAGA – Mas eu liguei para tantas pessoas... Liguei pra ele, liguei pra minha mulher, liguei para vereadores. As pessoas estavam curiosas para saber se tinha novidades sobre o prefeito Celso Daniel.

DIÁRIO – Os promotores também questionaram a relação com Sérgio Gomes da Silva.
BRAGA – Se o prefeito Celso Daniel não fosse assassinado, o Sérgio Gomes seria uma figura desconhecida no cenário político nacional. Ocorrido o fato, se coloca a relação. Eu conheço o Sérgio desde 1984, e não há qualquer conotação que tenha que omitir.

DIÁRIO – O sr. acredita que a iniciativa dos promotores e a investigação que a Procuradoria irá fazer tenham conotação política?
BRAGA – Eu quero crer que não, até porque nós estamos numa questão que é de comoção, de sentimento familiar. Eu espero que em nenhum momento a questão de caráter político partidário esteja sendo colocada.




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