Com a boa média de 25 pontos nas noites de sexta-feira, Os Normais entra em seu terceiro ano de produção como uma das boas surpresas do humor televisivo brasileiro, atingindo audiência “sem levar ninguém à falência”, afirma Fernanda.
O programa terá outros personagens em 2003. “Os amigos podem ajudar a criar saias-justas diferentes”, diz Fernanda. Animada com o filme de Os Normais em janeiro, Fernanda critica a corrida das emissoras por audiência. “A TV caminha muito ao gosto do freguês”, afirma.
TV PRESS – Os Normais deveria ter dez episódios, mas já está em seu terceiro ano. Qual é a data de validade do programa?
FERNANDA TORRES – Até o fim de 2003. É bom que as coisas tenham um fim, pois tenho medo que o Luiz (Fernando Guimarães) encha o saco de mim. Mas nada se perde, tudo se transforma. Os Normais acabará, mas sua inventividade vai se perpetuar dentro da TV.
TV PRESS – O programa atinge excelentes 25 pontos na faixa das 23h. Qual é o trunfo?
FERNANDA – É descarado. Às vezes, quando vejo o programa, me surpreendo com o abuso. Os personagens espelham o conservadorismo do brasileiro (e também a nossa moral vacilante): mentem, jogam lixo pela janela, traem os melhores amigos. A graça vem da situação e a elegância do programa contrasta com o descaramento do Rui e da Vani, que desconcerta.
TV PRESS – Não ter liberdade para improvisar é o que afasta você das novelas?
FERNANDA - Normalmente a gente improvisa no final do capítulo e às vezes o texto vem inteiro até o fim. Mas são pouquíssimos casos. Parece improviso sem ser. A dificuldade da novela não tem a ver com falta de liberdade, mas com o próprio volume de trabalho. A vantagem com Os Normais é conciliar teatro, cinema e TV.
TV PRESS – Não ter cobrança pelo Ibope também é um alento?
FERNANDA – Os Normais e A Grande Família são programas mais baratos. Investe-se pouco e, se não der certo, acaba em um mês. Se der certo, pode ficar três anos. Essa falta de culpa por não estarem investindo uma fortuna, o horário alternativo que ninguém queria, tudo isso permitiu trabalharmos sem pressão ou expectativa.
TV PRESS – Você esperava que o programa rendesse dois DVDs e filme?
FERNANDA – Tudo que nasce pequeno tem potencial de atingir multidões. Acho fundamental a TV buscar o cinema e vice-versa. Está surgindo um produto híbrido entre TV e cinema. É uma via de duas mãos, o cinema e a TV criarão uma terceira coisa, diferente do que a gente vê na telona e na telinha.
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