Os problemas financeiros do Hospital Puer, antigo Neomater, parecem se agravar a cada dia. Depois de fechar a sede da maternidade, referência no atendimento neonatal, o local agora não aceita mais internações de emergência e marca apenas três cirurgias eletivas por dia por conta da escassez de funcionários.

Com 320 servidores contratados, o hospital opera hoje com capacidade mínima, já que mais da metade dos profissionais está paralisada. As denúncias são feitas pelos próprios trabalhadores que ontem entraram em estado de greve para saber quando receberiam os salários, atrasados há três meses.

"Temos funcionários que nem o pagamento de março receberam. Eles (a administração) prometem, mas não cumprem nada", revelou servidor que prefere não se identificar.

Ontem, o Diário tentou contato por telefone com o hospital para simular o agendamento de procedimento, no entanto, após cinco tentativas não foi atendido. Procurada, a administração disse que não se pronunciaria sobre o caso.

Para tentar minimizar o problema, o diretor do hospital, Natan Vidal, participou ontem de assembleia com os trabalhadores e prometeu que os vencimentos serão depositados em, no máximo, uma semana. "Ele falou que o pagamento de março já estava em andamento. Para honrar os salários de abril, maio e junho disse que fez empréstimo com o banco para ter o crédito depositado nas nossas contas. Mas muitos não acreditam mais e foram para casa, não trabalharam", diz um servidor que também prefere permanecer no anonimato.

Muitos funcionários, que permanecem em estado de greve até a confirmação dos depósitos atrasados, lamentam a situação. "É absurdo vermos um local que era referência em saúde no Estado chegar a essa situação, mas não temos como trabalhar mais."

Estão em atrasos os repasses de FGTS e INSS dos servidores e benefícios como vale-transporte, cesta básica e plano de saúde.

NOVA NEOMATER - A empresa Puer assumiu a gerência do Neomater em 2009 e afirmou que o bloqueio nas contas por conta de dívidas trabalhistas da Neomater teriam atrapalhado a vida do novo hospital. No entanto, mesmo com o desbloqueio das contas em março e a promessa de regularizar a situação em junho, o espaço segue com problemas.