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Moradores da Favela do Oleoduto fazem Caminhada da Paz
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
23/06/2001 | 17:51
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Os três anos do trágico assassinato do padre italiano Leonardo Comissari, o Padre Léo, líder comunitário da favela do Oleoduto, em São Bernardo, serão lembrados neste domingo, às 15h, por aproximadamente três mil pessoas da comunidade.

Uma passeata com saída do barraco de madeira onde o padre morou – coincidentemente localizado nas proximidades do local de sua morte – seguirá em direção à paróquia São José para a celebração de missa em sua homenagem, às 16h. O objetivo da caminhada pela rua Padre Léo Comissari, porém, vai mais longe: pedir à comunidade um basta à violência.

Para demonstrar respeito às ações feitas pelo missionário em favor dos moradores do Jardim Silvina, os participantes vão carregar fitas brancas, o símbolo da Caminhada da Paz.

Atualmente, o maior projeto desenvolvido pela irmandade católica foi a construção de um centro profissionalizante para pessoas de baixa renda. Com a morte do padre, a escola passou a ser coordenada pela irmã Daniela Bonnello e pelo administrador Ailton Galdino de Almeida.

A iniciativa é responsável pela capacitação profissional de 1,4 mil pessoas por ano, distribuídas em 14 cursos, entre eles o de panificação e o de informática – os mais procurados. Agora, o centro pretende criar espaço cultural, com direito a computador conectado à Internet para combater a exclusão digital no bairro.

Apesar de o centro ser bastante freqüentado por moradores de outras cidades, a prioridade educativa está centralizada na população carente. Foi por isso que a escola optou por cobrar de seus alunos uma taxa de, no máximo, R$ 40. O curso de panificação e confeitaria, por exemplo, tem 300 horas/aula a um custo de R$ 20. “Se eu for comparar com o preço de outras escolas, é praticamente um presente. Para pessoas simples, é uma economia obrigatória para se tentar conseguir um espaço na sociedade. O trabalho do Padre Léo serve como exemplo. Só temos de agradecer”, disse a vendedora Maria Geralda Japona Rosa, 41.

As ações do Padre Léo não são exclusivamente voltadas à inclusão social, já que na favela do Oleoduto também funciona creche para crianças de 2 a 7 anos. “Recebemos muitas doações para a creche. A última foi um laboratório completo de odontologia. Esperamos que alguém ajude-nos a adquirir um transformador para normalizar a voltagem dos aparelhos”, afirmou o administrador do centro. Na área educacional, a coordenadoria pretende implementar curso de ensino básico nas dependências do barraco onde Padre Léo morava. “Preservamos o interior da casa a pedido da família, mas já providenciamos uma pequena sala para alfabetização em uma área desocupada”, disse.




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