Setecidades Titulo Transporte
Justiça derruba cobrança
de integração em Diadema

Vara da Fazenda Pública de Diadema concede liminar pedida
pelo MP que assegura gratuidade na integração nos terminais

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/02/2012 | 07:55
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Vara da Fazenda Pública de Diadema concedeu, em primeira instância, liminar pedida pela Promotoria de Cidadania para manter o convênio entre a Prefeitura e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que assegura a gratuidade na integração nos terminais Diadema e Piraporinha. A decisão garante o benefício pelo menos até o dia 10 de abril, caso não haja acordo em reunião marcada para segunda-feira.

A Justiça entendeu que, como a EMTU protocolou intenção em finalizar o contrato em 10 de janeiro, teria de dar prazo de três meses para iniciar a cobrança de R$ 1 adicional por baldeação.

"A manifestação de rescisão implicará a instauração de inquérito civil a fim de apurar a legalidade e transparência da motivação declinada pela demandada (EMTU), porque o sistema atual funciona estavelmente há 21 anos e sua modificação acarretará abruptos prejuízos financeiros aos usuários e ao ente público municipal", informou, em seu despacho, a Vara da Fazenda Pública. A multa requerida pela Promotoria, de R$ 248 mil diários por descumprimento, foi mantida.

Na sexta-feira, o promotor Daniel Serra Azul Guimarães pediu abertura de ação civil pública cautelar acolhendo ofícios do Procon e da Prefeitura. Guimarães afirmou que os motivos alegados pela EMTU para o fim do contrato não justificavam a cobrança. Segundo a autarquia, o encerramento da integração gratuita decorria de gastos na implementação do BOM (Bilhete do Ônibus Metropolitano), reformas para adequações de acessibilidade nos terminais e eletrificação de 11 quilômetros, entre as estações Piraporinha e Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo.

A EMTU anunciou o fim do benefício em outubro. O prefeito Mário Reali (PT) tentou manter o convênio, mas as partes não chegaram a acordo. O governo do Estado ofereceu proposta em que arcaria com metade dos custos extras e que a Prefeitura teria de assumir a outra parte, evitando o repasse da cobrança ao passageiro. A administração rejeitou a oferta, alegando falta de condições financeiras.

Na semana passada, a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano garantiu que o Estado abriria mão da cobrança de ida da baldeação nos terminais. A contraproposta será debatida na segunda-feira.

Dados da EMTU informam que cerca de 100 mil pessoas utilizam as estações Diadema e Piraporinha diariamente e 25% dos passageiros usam a integração. Quem necessita de duas baldeações por dia gastará R$ 40 a mais - a tarifa municipal é de R$ 2,90 e a cobrança metropolitana foi reajustada para R$ 3,10.




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