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Travesti é detido acusado de aplicar silicone industrial
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
29/04/2009 | 07:42
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O travesti Sandro Olímpio de Barros, 39 anos, conhecido como Jô, foi detido ontem à tarde, em Santo André, acusado de aplicar silicone industrial em outras pessoas. O crime foi configurado após uma escrivã e um investigador se passarem por clientes e filmarem a negociação.

Há um mês, policiais civis de Santo André investigavam Barros. Morador da Zona Leste de São Paulo, o acusado fazia o trabalho na casa das pessoas que o contratavam. "Marcamos um ponto na manhã de hoje (ontem), em uma casa no Centro de Santo André, e conseguimos detê-lo", contou o delegado responsável pelo SIG (Setor de Investigações Gerais), Marco Aurélio Gonçalves.

Três clientes de Barros também foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos. Todos são moradores de Mauá e colocaram silicone industrial em diversas partes do corpo, como seios, nádegas, coxa, tórax e quadril. "Não me arrependo de ter colocado no seio. Me sinto maravilhosa", afirmou a manicure M.H.S., 36.

O travesti E.A.L., 27, conhecido como Nicole, também está satisfeito com 1,5 litro de silicone que aplicou nas nádegas. Orgulhoso de seu corpo, ele mostra satisfeito o resultado do procedimento. "Estou feliz. Não doeu nada", falou.

Os clientes de Barros contaram que há dez anos ele aplica silicone industrial. Também explicaram que o procedimento é feito sem anestesia e que as agulhas e seringas são descartáveis. "Apreendemos cerca de dois litros de silicone, mas ele confirmou que tem mais em sua casa. Além disso, com uma câmera fotográfica ele registrava imagens dos clientes. Tudo será encaminhado à perícia", explicou Gonçalves.

O delegado afirmou que será instaurado inquérito para chegar a outras vítimas de Barros. "Ele não vai preso agora, mas responderá por lesão corporal e periclitação (colocar alguém em perigo). Se condenado, poderá ficar de três meses a um ano em regime fechado", explicou.

Morte - A aplicação de silicone industrial pode ser fatal. O travesti José Raimundo Bezerra Pinheiro, 31, conhecido como Érica, morreu no fim de março, em Campinas, cinco dias depois de fazer uma autoaplicação de silicone industrial.

Em fevereiro, o travesti Robson Daniel Campos das Chagas, 25, conhecido por Raíssa, morreu em Franca, no interior de São Paulo, depois de aplicar silicone nas nádegas e coxas. Ele teve parada respiratória provocada por infecção generalizada.




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