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'Água Quente sob...' traz desgraça e redenção em japonês
Cassio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
14/11/2002 | 19:29
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A responsabilidade que recai sobre Shoei Imamura é daquelas que pedem espádua larga. Afinal, o diretor é patrício de Kurosawa, Ozu, Mizoguchi e Oshima – figurões que abriram à força um seixo para o cinema japonês no mundo – e têm segurado a bronca de representar a nação, com propriedade. Estréia nesta sexta, em São Paulo, o longa Água Quente sob uma Ponte Vermelha (2001), que pode confirmar que, para Imamura, é raro quem não tire o chapéu. Cannes já o fez duas vezes, ao conceder a Palma a Balada de Narayama (1983) e A Enguia (1997).

Yosuke é um quarentão abandonado pela mulher. Perde as perspectivas até chegar a Taro, mendigo que conta-lhe sobre a estátua de um Buda de ouro guardada próximo a uma ponte vermelha em Kyoto. O interesse do vagabundo se restringe à narração das histórias vividas na jornada. Yosuke parte atrás do artefato e, na busca, encontra Saeko, moçoila dona de poderes que fazem seu corpo expelir água quente sempre que submetido ao extremo prazer. De novo, a mulher para Imamura representa desgraça e redenção, uma divisória de vida já experimentada pelo ex-presidiário de A Enguia, traído pela cônjuge e confortado pela feminilidade de outra rapariga.




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