Quase dois anos depois do início da gestão do prefeito Luiz Marinho (PT) e das promessas de campanha eleitoral referentes à reabertura da Chácara Silvestre, a área continua em estado de abandono. A equipe do Diário esteve no local e deparou-se com portões fechados e casa em péssimo estado de conservação: a maioria das paredes estava com as pinturas descascadas e faltavam alguns pedaços do teto.

Tombada como patrimônio histórico pelo Compahc-SBC (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural) - e que, portanto, deve ser preservada - a área está abandonada desde a intervenção judicial que embargou as obras do Centro de Cultura e Educação Ambiental, em novembro de 2007.

Dois anos depois, o então secretário municipal de Cultura Celso Frateschi disse que o departamento jurídico da Prefeitura elaboraria um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), no qual se comprometia com a ONG SOS Chácara Silvestre a não executar o projeto da antiga administração. Até hoje, o documento não foi assinado. A administração municipal informou que o processo se encontra na Procuradoria da Prefeitura e não há previsão de data para reabertura da chácara.

Segundo a presidente da SOS Chácara Silvestre, Valquíria del Santi, a intenção da Prefeitura era começar as obras antes do fim do ano. "O projeto foi aprovado pelo Compahc no mês passado e agora está na mão do jurídico." Valquíria disse que o novo documento atende às expectativas da ONG e do Conselho - ao contrário do antigo, que teve suas obras embargadas a pedido da organização não-governamental. "Eles queriam cortar 500 árvores. Conseguimos que diminuíssem para 300", ela contou. "Além disso, aquela área deverá ser usada para lazer. Para construção de uma escola, há bastante espaço na cidade."

A Prefeitura informou que há um projeto de revitalização da área externa da Chácara Silvestre e implantação de um parque no local - sem a necessidade de derrubada de árvores.