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Falta vocabulário à sigla de uma só palavra

O iminente impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que será efetivado até o fim do mês, tem em seu bojo duas situações que deixaram a petista fragilizada

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
16/08/2016 | 07:00
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O iminente impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que será efetivado até o fim do mês, tem em seu bojo duas situações que deixaram a petista fragilizada: retração econômica e falta de governabilidade. Ambas consequências de ações efetivadas nas gestões Lula (PT-2003 a 2010) e Dilma (2011 até agora). Superam as tecnicidades que englobam o pedido de impedimento, embasado por decretos sem autorização do Parlamento e as chamadas ‘pedaladas fiscais’. Deixemos a crise de lado e foquemos na ausência de apoio político. Como pôde uma administração que estava há 14 anos no poder, que venceu as últimas quatro eleições presidenciais, ficar tão fragilizada politicamente? Uma das respostas é a falta de diálogo. Em quase seis anos de gestão, Dilma se reuniu com 66 deputados federais ou senadores, segundo a agenda oficial. Já Michel Temer (PMDB), 90 dias de governo interino, conversou com 72 congressistas. Os peemedebistas dialogaram mais com a Câmara e com o Senado do que os petistas. Óbvio que devemos levar em conta a qualidade do debate. Mais vale uma reunião produtiva do que dez improdutivas. Mas é um retrato do qual o Partido dos Trabalhadores tem de se envergonhar. Uma agremiação que nasceu no início da década de 1980 a partir dos movimentos sindicais, que se encorpou gastando saliva com os grupos sociais e que se tornou uma das maiores legendas do País está sendo defenestrada do Palácio do Planalto porque não dialogou o suficiente com seus iguais. Acrescente-se o fato de o PT possuir em seus quadros o maior orador político do Brasil, que subia em caixotes e lutava contra tudo e contra todos no gogó. Sair por aí dizendo que sofreu ‘golpe’ é muito pouco para uma sigla de tamanha envergadura. Hoje, estamos diante de um partido de uma só palavra. Literalmente. Falta vocabulário. Ou faltou palavra diante de tantas projeções equivocadas e promessas não cumpridas?

Estacionamento do Fórum
Em 2012, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) solicitou ao Detran providências para implantação de áreas de segurança no entrono dos fóruns de todas as comarcas do Estado. A Prefeitura de São Bernardo notificou dia 26 de julho a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local sobre a extinção das vagas de estacionamento, privativas e privadas, em frente ao edifício do Fórum. A medida entraria em vigor ontem. Mas a direção da OAB reagiu, pois considera que a rotina dos profissionais e dos munícipes seria alterada, sem ao menos haver discussão. O prefeito Luiz Marinho (PT) recebeu os advogados na sexta-feira. E o Paço adiou temporariamente a retirada das vagas. Outo encontro entre o governo municipal e a entidade de classe será realizado na quinta-feira. Isso só mostra a falta de planejamento e de diálogo da administração, que tomou uma decisão e agora teve de voltar atrás.

Rivais afastados
A exemplo do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB) também se afastou do cargo para se dedicar exclusivamente à corrida pelo Paço. A disputa municipal promete ser acirrada. E ficamos na torcida – e na cobrança – por campanha propositiva, sem os apelos vistos no pleito anterior.

Preferido
O nível de ciumeira começa a atingir altos níveis na chapa de vereadores do PT de Santo André. Neste fim de semana, o prefeito Carlos Grana (PT) participou de alguns eventos de pré-campanha. Em todas as atividades levou a tiracolo o candidato ao Legislativo Willians Bezerra (PT). Os parlamentares que concorrem à reeleição não estão gostando nada disso.

Pontapé inicial
Orlando Morando (PSDB) começa hoje a campanha a prefeito de São Bernardo em frente ao seu mercado, no Batistini. O tucano afirma que o início da empreitada tem de ser com o pé direito. 




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