Incêndio na garagem de ônibus da empresa Viação Barão de Mauá, localizada no Jardim Zaíra, em Mauá, destruiu cerca de 80 coletivos na madrugada de ontem, conforme o Corpo de Bombeiros. Não houve feridos. A Polícia Civil investiga a causa do acidente.

A ocorrência aconteceu por volta da 1h e as chamas só foram controlada às 3h. A investigação, feita pelo 4º DP (Jardim Zaíra), vai determinar as causas. “Devido ao horário que aconteceu, ainda não sabemos se esse incêndio foi provocado ou instantâneo. A perícia será processo delicado, já que, como as placas (dos ônibus) foram queimados, tem que verificar os números do chassi um a um”, afirmou o delegado titular José Geraldo de Lima.

Somente um vigia que trabalhava na portaria estava presente no momento do incêndio. Ele só tomou conhecimento das chamas quando foi avisado por populares. “É uma área grande, onde há fácil acesso pelos fundos. Também não é totalmente cercada, o que facilita a entrada em alguns pontos”, afirmou o delegado, que também disse que os ônibus não possuíam seguro.

Conforme o proprietário da Viação Barão de Mauá, Baltazar José de Souza, a empresa estima que 100 veículos foram totalmente destruídos. “Nosso prejuízo vai ficar em torno de R$ 40 milhões, porque praticamente a frota inteira foi destruída. Acredito que o incêndio tenha sido criminoso, sem sombra de dúvida”, afirmou.

Os coletivos estavam parados no local há dois anos, quando deixaram de circular pela cidade. O empresário luta na Justiça para voltar a operar o transporte municipal desde 2013, quando a Prefeitura rompeu o convênio após supostas irregularidades no sistema de bilhetagem eletrônica.

GREVE

Motoristas e cobradores de nove linhas da Eaosa (Empresa de Auto Ônibus de Santo André), empresa gerenciada também por Souza, paralisaram suas atividades no fim da tarde de ontem por falta de pagamento. Cerca de 14 mil usuários do transporte intermunicipal de Mauá estão sendo afetados.

De acordo com o presidente do Sintetra (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Grande ABC), Francisco Mendes da Silva, o Chicão, os salários estão atrasados desde o dia 6. “Segundo a empresa, ela não tem dinheiro para pagar os funcionários”, relata. A expectativa é a de que o pagamento seja efetuado hoje.

A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) determinou às empresas Ribeirão Pires e Rigras reforço da frota de linhas com itinerário coincidente aos serviços paralisados.
(colaborou Daniel Macário)