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Em As Luzes do Ocaso, Magali Biff vive vedete reclusa em mansão misteriosa
09/08/2016 | 09:00
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"Por um carinho seu, minha cabrocha, eu vou a pé ao Irajá. Que me importa que a mula manque, eu quero é rosetar." Esta poderia ser uma trilha sonora para ouvir, enquanto Lanuza Mayer organiza seu imenso closet. Nesta quarta, 10, a personagem criada para o espetáculo As Luzes do Ocaso abre sua casa, um grande museu de lantejoulas dos tempos do Teatro de Revista. O gênero veio da França, no fim do século 19, "mas se aclimatou muito bem no Brasil", explica Neyde Veneziano, diretora e pesquisadora do polêmico ?teatro rebolado?, que consagrou nomes como Marly Marley, Salomé Parísio, Virginia Lane e Eloína Ferraz.

Esta última foi uma das inspirações de Magali Biff. "Assisti a muitas entrevistas com essas mulheres e a Eloína é uma que ainda mantém a pose de vedete. O jeito como ela mexe os pulsos e as mãos faz lembrar dos tempos em que brilhava e trazia diversão para os palcos", conta a atriz, que também estreia em setembro A Comédia Latino-Americana, segunda parte do projeto de Felipe Hirsch com textos de autores latinos.

Na peça de Maurício Guilherme, a ex-vedete vive confinada em uma casa no litoral com seu estranho mordomo, personagem de Paulo Goulart Filho. "Ele parece viver em um outro tempo, um outro ritmo."

É do grande closet cenário, assinado por Cássio Brasil, que a personagem vai pinçar figurinos, colares e joias para recordar os momentos grandiosos de sua carreira. E na plateia desse show está um jovem escritor interpretado por Giovani Tozi. O pai do rapaz foi um grande fã da vedete e o garoto se torna amigo de Lanuza. "Ele aparece para despertar as memórias dela. É como se antes ela estivesse parada no tempo e agora percebe que há um mundo lá fora", conta também Tozi.

Isso não quer dizer que o feitiço de Lanuza vai contagiar o escritor. O rapaz não pretende cair em trololó. O passado da vedete guarda segredos e amores mal resolvidos. Alguns escondidos em cantos escuros de seu armário.

A diretora conta que a montagem não pretende recontar a história de nenhuma vedete real, mas recordar esse momento criativo para o teatro musical brasileiro. "O gênero fez um tamanho sucesso no País, inspirou estéticas e deixou um legado", diz Neyde, que vai exibir o documentário Mamãe Quero Ser Vedete entre os dias 15 e 22, no Centro Cultural Banco do Brasil. "Tudo isso é pano de fundo para esta história."

Ela conta que, tampouco, será um show à la Teatro de Revista. "Vamos caminhar por vários estilos do teatro, desde a comédia, até o drama." Nesse ponto, há um desafio, explica. "O mistério que existe não é uma forma típica do alegre Teatro de Revista, mas a personagem vai precisar enfrentá-lo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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