Um dia depois de o IBGE anunciar uma queda de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) informou em sua ata divulgada nesta quinta-feira que os juros continuarão caindo de forma “natural”. Na semana passada, a instituição reduziu a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, para 18,5% ao ano.
“O espaço para que observemos juros menores no futuro continuará se consolidando de forma natural como conseqüência dessa melhora de percepção. O Copom avalia que a atuação cautelosa da política monetária tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de convergência da inflação para a trajetória de metas”, diz a ata.
O Copom alertou, no entanto, que para que os juros continuem caindo será preciso que os indicadores de inflação sigam apresentando "elementos compatíveis com o cenário benigno". A meta de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2005 é de 5,1%.
"A convergência ininterrupta da inflação para a trajetória de metas e a resultante consolidação de um cenário de estabilidade macroeconômica duradoura contribuirão para a manutenção do processo de redução progressiva da percepção de risco macroeconômico que vem ocorrendo nos últimos anos", diz o Copom.
Pressão transitória- De acordo com a ata, a elevação da inflação no curto prazo foi determinada, em grande parte, pelo reajuste dos preços dos combustíveis, em setembro, cujos efeitos ainda não se esgotaram. Apesar disso, o Copom estima que essa pressão é de natureza transitória e vai se reduzir, de modo a não contaminar a inflação em horizontes mais longos.
Da mesma forma que antevê melhora no comportamento de preços do mercado, a ata do Copom não identifica maiores impactos com relação aos preços administrados por contratos ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos, transporte público e outros).
Previsões – Em sua ata, o Copom elevou a projeção de reajuste para os combustíveis em 2005, de 7,5% para 7,6%. Já a previsão para o gás de botijão caiu de 1,2% para 0,9%.
A projeção para os preços administrados subiu de 7,8% para 8,2%. Em relação à tarifa de energia residencial, houve aumento de 7,6% para 7,8%. A previsão para a telefonia fixa foi mantida em 6,7%.