Em meio à reserva verde do alto da serra do mar, é comum nessa época do ano encontrar floridos os pés de Tibouchina mutabilis, popularmente conhecidos como manacás-da-serra. As flores, que sofrem variação de coloração ao longo do dia, do branco ao roxo, podem ser encontradas, aos montes, pelos caminhos que chegam a Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Paranapiacaba. E quem segue pelas rodovias Anchieta e Imigrantes também vê na mata a florada exuberante do manacá.

“São espécies nativas da região da Serra do Mar, que estão em época de florescimento”, disse a bióloga Rosângela Simão Bianchini, pesquisadora do Instituto de Botânica da USP (Universidade de São Paulo) e encarregada pela reserva biológica que circunda a vila ferroviária de Paranapiacaba. O excesso de manacás enche os olhos, mas também escondem do leigo um desastre ambiental. Elas são árvores chamadas pioneiras, aquelas que nascem rápido e em pleno sol no terreno degradado, protegendo a terra em seu entorno para as espécies mais exigentes que vêm a seguir.

Em alguns casos, de acordo com a bióloga, as árvores chegam a atingir até 12 metros de altura, com troncos de 20 a 30 cm de diâmetro. Suas flores são reunidas em hastes florais e mudam de cor à medida que envelhecem. Ao desabrochar, são brancas. Posteriormente, vão adquirindo tonalidades rosa até atingir as cores azul, lilás e roxo, o que acontece ao cabo de três dias.

Além dos manacás-da-serra, as quaresmeiras – nome científico Tibouchina granulosa – também fazem parte do cenário. As árvores com flores amarelas, também abundantes na vegetação da serra, pertencem à família das leguminosas, segundo Rosângela. O nome científico é Multijuga senna. “A paisagem fica cada vez mais exuberante”, disse.