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Integração gera economia de R$ 1,2 bi
Do Diário do Grande ABC
02/07/2010 | 07:28
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O comércio varejista conquistará economia de R$ 1,2 bilhão com o início da operação integrada das credenciadoras de cartões de crédito. A projeção foi feita pelo presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior. Até então, os lojistas tinham que ter em seus estabelecimentos pelo menos duas maquininhas das duas principais empresas (Cielo e Redecard). Com o fim da exclusividade com a Visa e a Mastercard, respectivamente, um só aparelho fará as duas funções.

O cálculo do executivo é baseado no aluguel pago mensalmente pelos lojistas, que varia de R$ 80 a R$ 140, de acordo com o tipo do equipamento. Ele salientou que, no caso de mercearia com faturamento mensal de R$ 4.000, o valor pago para ter uma POS (Point Of Sale, na sigla em inglês é equivalente ao gasto com energia elétrica."Os preços não vão cair hoje à tarde por causa disso, mas vamos ter o início de concorrência", apostou.

O próximo efeito dessa nova configuração de mercado, segundo Pellizzaro, é a redução da taxa de desconto. O presidente da CNDL reforçou que a expectativa de que esse percentual, pago pelo lojista às credenciadoras, seja reduzido em um intervalo de 30% a 35% em 24 meses com a concorrência entre as empresas do setor. "Até ontem (anteontem), o emissor dava as cartas do jogo. Quando é rompida a exclusividade, os holofotes passam para o comerciante, que vira a noiva do processo.

Para acelerar os efeitos do fim da exclusividade para o comércio, a CNDL se comprometeu a realizar pesquisas em suas unidades espalhadas pelo Brasil para identificar quais as taxas cobradas pelas credenciadoras de cartão de crédito em cada segmento comercial. A ideia é a de que com a exposição de tarifas haja mais velocidade no processo de ganho ao varejista. O levantamento será divulgado de três a quatro vezes por ano. "Queremos fazer a divulgação, assim como o Banco Central faz com as tarifas bancárias" comparou.

O presidente da Frente Parlamentar Mista do Comércio Varejista, deputado Guilherme Campos (DEM-SP), que também é comerciante, prevê melhora para o setor. Ele, no entanto, não se diz tão otimista quanto Pellizzaro em relação ao ritmo do processo de mudança. "O passo é importante, a discussão tem ganhado corpo. Tudo o que ele colocou é verdade, mas discordo com a velocidade com que isso virá", considerou.

Unificação de terminais está valendo desde ontem

Começou ontem a unificação das máquinas leitoras de cartão de crédito e de débito no comércio. Com isso, o lojista poderá alugar apenas uma terminal para operar as transações de cartões de bandeiras diferentes.

A mudança reflete, principalmente, no bolso do pequeno comerciante, que paga entre R$ 80 e R$ 140 pelo aluguel mensal do terminal de operação. O modelo que vigorou até agora obrigava o lojista a alugar, no mínimo, duas máquinas de credenciadoras diferentes para receber os cartões da maioria dos consumidores.

Atualmente, existem no País 5 milhões de terminais alugados de credenciadoras em 1,5 milhão de estabelecimentos comerciais, segundo dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

Segundo o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Junior, o pagamento do aluguel de equipamentos representa cerca de 23% da renda das principais credenciadoras. Ele acredita que, apesar de a medida promover a redução do número de terminais alugados, as credenciadoras não devem ter grandes prejuízos.

"Em até quatro meses as duas principais credenciadoras tendem a perder 50% da base de clientes, mas isso não significa queda de faturamento porque aceitando várias bandeiras em uma máquina, elas vão negociar entre si para equilibrar as entradas".

Além disso, elas devem passar a oferecer outros serviços que possam substituir essa receita, como recarga de celular e pagamento de contas feitos por meio das maquininhas de cartão.

Para Pelizzaro, a grande vantagem da mudança é promover o aumento da concorrência no setor, dominado pelas bandeiras Visa e Mastercard. Juntas, elas representam 96,65% do mercado.




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