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Travestis da Industrial acusam PMs de agressões
Raimundo de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
26/04/2007 | 07:08
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Travestis que fazem ponto na Avenida Industrial e ruas próximas, nos bairros Jardim e Campestre, acusam policiais militares de agressões. Segundo um deles, que se identificou como Alessandra, a causa é a expansão da área de atuação dos travestis para os arredores da Industrial.

Alessandra afirma que suspeita de um grupo de repressão contratado por moradores da região que são contrários à permanência dos travestis e prostitutas na região da Industrial. “Eles batem na gente e dizem que não podemos fazer ponto fora da Industrial”, afirma Alessandra, que mostra hematomas, causados pelas supostas agressões.

Ela afirmou que foi espancada quando estava na Rua Marina. “São só quatro policiais que estão espancando a gente. Os outros policiais e guardas civis não mexem com ‘as’ travestis e não comentem violência”, afirma. A repressão contra os travestis teria começado há 10 dias, segundo Alessandra.

Entre moradores da região, as opiniões são divergentes sobre a prostituição dos travestis e sobre a denúncia de violência contra eles. O comerciante Natanael Domingos, que mora há 26 anos na Rua Marina e possui um bar no local há 16 anos, diz que é favorável à repressão. “Nós, que somos cidadãos de bem, não temos sossego. Eu abria meu bar às 5h30 e fechava por volta das 22h. Agora, por causa dos travestis, tenho de abrir às 7h e fechar às 18h”, disse. Para Maria Isipatto Cardoso, moradora há 15 anos na Rua Marina, a presença dos travestis na região não incomoda. “O único inconveniente é que eles, às vezes, ficam seminus, o que causa constrangimento”, disse.

Em nota, a PM diz que “não compactua com abusos ou qualquer outra espécie de ilegalidade”. Informa que não recebeu nenhuma denúncia de agressões e que está à disposição para receber queixas das supostas vítimas. “Sendo confirmadas as agressões, a apuração será rigorosa, obedecendo aos ditames da Lei”, conclui o comunicado.




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