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Supermercados apostam na internet
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
19/03/2005 | 15:26
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O comércio virtual, por meio da internet, é o novo alvo das grandes redes de hipermercados. O crescimento de vendas da modalidade registrado nos últimos dois anos fez com que as empresas que já estão nesse universo avançassem em um terreno lucrativo, mas disputado e com consumidores mais exigentes. No clique do mouse, os supermercados conquistam espaço no concorrido mercado varejista, com venda de produtos que vão de alimentos a eletroeletrônicos. Em média, as compras virtuais cresceram 15% no faturamento das empresas em 2004 em relação ao ano anterior, percentual que deverá crescer 5% neste ano, segundo previsão da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

O Grupo Pão de Açúcar foi o primeiro no país a apostar nesse segmento e é o único a oferecer o serviço no Grande ABC, dominando completamente a modalidade de vendas na região. O Carrefour despertou para o potencial do mercado virtual e planeja para este ano oferecer o serviço nos principais centros econômicos.

Há três anos o Pão de Açúcar define estratégias ousadas para atrair consumidores ao portal. “Fazemos ofertas exclusivas para o site e oferecemos frete grátis para os usuários”, diz Alexandre Luiz de Lima, gerente de comércio eletrônico da rede.

Prova do bom desempenho da rede varejista no mercado virtual é o Extra.com, o primeiro hipermercado virtual brasileiro, no ar desde novembro de 2001. O portal tem registrado crescimento expressivo. As vendas expandiram 30% em 2004 em comparação com o ano anterior. O tíquete médio, no entanto, se manteve estável, em R$ 550, mas o número de clientes cadastrados teve alta de 40%.

Supermercados menores também investem na rede mundial de computadores. Pequenas redes da Grande São Paulo, em especial Guarulhos e Osasco, regiões que tiveram maior crescimento em número de supermercados nos últimos dois anos, apostam no segmento. A exemplo do Extra.com, o Sendas também disponibiliza vendas on-line.

Dados da E-Consulting comprovam o potencial de crescimento de vendas on-line. A aquisição virtual de bens de consumo movimentou pouco mais R$ 2 bilhões em 2004, volume 35% maior em comparação com o ano anterior. Para 2005, a empresa de consultoria acredita que o volume deve encostar em R$ 2,5 bilhões.

Participação – O Grupo Pão de Açúcar espera dobrar a participação das vendas on-line dentro de três anos. O gerente de comércio eletrônico da empresa afirma que a quantidade de produtos disponíveis pela internet é o segredo do sucesso do negócio. Hoje, 90% dos artigos disponíveis nas prateleiras dos supermercados da rede podem ser encontrados na loja virtual. “Entre o ano passado e este, a participação das vendas on-line cresceu 30%, o que significa cerca de 20 mil pedidos”, diz Alexandre Luiz de Lima.

Atualmente, a comercialização de produtos pela internet responde por cerca de 75% do volume total de vendas na comparação com o telemarketing e fax. Mesmo assim, o comércio virtual não representa mais que 2% das vendas da rede.

A expectativa em relação ao futuro das vendas pelo computador está alicerçada no índice de fidelização dos usuários. Segundo a direção do Grupo Pão de Açúcar, 94% dos clientes on-line são consumidores estáveis – compram bimestralmente mais de três vezes.

E a empresa retribui a preferência. A empresa expandiu as áreas de atendimento no ano passado e começou a atender quatro grandes regiões metropolitanas. Enquanto antes somente São Paulo e Rio de Janeiro eram beneficiadas pelas entregas residenciais, agora a rede passou a oferecer o serviço delivery a Brasília, Curitiba, Grande ABC e Baixada Santista e Campinas.




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