Cultura & Lazer Titulo
Mostra acolhedora
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
18/11/2010 | 07:36
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Divulgação


São diferentes procedimentos, maturidades e regiões. A amplitude é característica da 5ª Bienal de Gravura de Santo André, que terá abertura hoje, às 20h, no Salão de Exposições do Paço.
Um panorama da produção na atualidade poderá ser conferido na mostra que acolheu diversos artistas, tidos como reveladores de diferentes heranças sociais e culturais. Integram a exposição 380 obras de 612 inscritas, produzidas por 193 gravadores.
Destes, 16 vivem no Grande ABC : Santo André (11), São Bernardo (3), São Caetano (1) e Mauá (1). A maior representatividade é de São Paulo, com 130 artistas.
Já na edição passada, de 2006, estiveram 35 gravadores. "Considerando as diferentes tendências, todos os inscritos (cada um enviou até três obras) tiveram pelo menos um trabalho selecionado", justifica Evandro Carlos Jardim, que assina a curadoria com Francisco Maringelli e Paulo Camilo Penna.
Estão contempladas obras populares e eruditas, embora a separação nem sempre seja possível ou mesmo necessária. "Elas se cruzam. Um artista de formação mais erudita pode se voltar ao popular para a manifestação de sua arte. São escolhas", explica Penna. E Jardim completa: "Nesse conjunto, procurou-se fazer com que todas as tendências fossem representadas".
Diferentes graus de maturidades também dialogam na exposição. "Há os que elegeram a gravura como lugar central de manifestação e têm obra consolidada assim como jovens que encontraram na gravura meio para expressão", aponta Penna.
Questionado sobre as temáticas, Jardim posiciona-se: "O tema não é necessariamente priorizado. O que interessa é a fidelidade à linguagem porque é o canal de expressão. Já o tema é a descrição da obra", explica. "Caso contrário, você pode narrar sem tomar partido dos elementos estéticos intrínsecos à linguagem", completa.
Poderão ser mais observadas visões de cidades, paisagens e seres; os últimos "podendo ser retirados da natureza, como animais, ou vindos de universos imaginados", explica Penna.
A multiplicidade de formas de pensar e construir a gravura fica expressa na Bienal. São dois grupos nítidos: um explora a gravura de estampa, na qual se manifesta a imagem feita em matriz pelo corte e impressa em relevo ou encavo.
Outro se caracteriza pela produção das estampas, no qual se utilizam vários processos de impressão planos, de meios tecnológicos como a fotocópia e a impressão digital, passando por artesanais como a litografia e o stêncil.
Entre os selecionados está Moisés Patrício, 26 anos, de Santo André, que inscreveu monotipias feitas a partir de papel cartão. "Reconstruo a paisagem da cidade. Trata-se de uma Santo André interna", explica ele, que participa pela primeira vez da exposição.
Por fim, a mostra abarca desde obras murais e mesas que propõem um olhar mais próximo até trabalhos suspensos e dispostos em paredes, com a intensão de serem apreciados juntos. Segundo Jardim. "a Bienal é uma das poucas, senão a única mostra nacional completamente voltada à gravura no momento".
No total, foram 17 artistas premiados. "O prêmio é um reconhecimento do esforço do artista e da seriedade do trabalho apresentado, além de ter o papel de prestar serviço à comunidade ao adquirir obras de diferentes tendências para o acervo da Prefeitura", explica Jardim.
5ª Bienal de Gravura de Santo André - No Salão de Exposições do Paço - Praça 4º Centenário, Santo André. Tel.: 4433. Visitação: de 3ª a sáb. das 14h às 17h e das 18h às 21h.Entrada franca. Até Até 29/1.




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