O desrespeito de motoristas e cobradores é uma das maiores reclamações feitas ao Diário por idosos e deficientes usuários dos serviços de ônibus em Diadema e São Bernardo.

Moradora do bairro Baeta Neves, em São Bernardo, a aposentada Regina Maria da Silva, 82 anos, já foi vítima da má-educação de alguns motoristas. "Pelo fator de ser idosa, e não pagarmos a passagem, eles pensam que não temos os mesmos direitos dos outros passageiros", disse.

A também aposentada Terezinha Losquiavo, 74 anos, da Vila Flórida, em São Bernardo, compartilha da opinião de Regina. "Quando dou sinal, muitas vezes eles passam direto ou param longe do ponto. Como sou idosa, não consigo correr, e fico sem pegar o ônibus", afirmou.

A diarista Rita Bispo Almeida, 45 anos, de Diadema, presencia quase diariamente atos de desrespeito no coletivo da linha 279, da Viação Imigrantes (que liga o Terminal de Diadema ao Terminal Jabaquara, na Zona Sul da Capital). "Os funcionários da empresa de ônibus destratam os passageiros várias vezes. Já presenciei um cobrador mandar uma senhora calar a boca", comentou.

Não só os idosos sofrem com o pouco caso. O açougueiro de Ribeirão Pires Marcio de Oliveira, 32, anda com o auxílio de muletas há dois anos, quando sofreu um acidente de trabalho. Desde então, usa os ônibus de Diadema para fazer o tratamento médico. "Alguns motoristas percebem que eu dei sinal, mas fingem que não me vêem e passam direito", pontuou.

A Prefeitura de São Bernardo informou que oferece treinamento regular aos funcionários das empresas de ônibus. Já Diadema respondeu que "investe permanentemente na qualificação das vias públicas do município e no seu sistema de transporte público municipal".