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Integração é suspensa por falta de pagamento

Mauá atrasa repasse de valores à CPTM e
usuários perdem desconto na tarifa do transporte

Daniel Macário
do Diário do Grande ABC
29/07/2016 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Integração entre o transporte municipal de Mauá e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) está suspensa desde 9 de março por falta de pagamento. De acordo com o órgão estadual, o serviço foi interrompido após o prefeito Donisete Braga (PT) não honrar compromisso firmado, que previa o repasse dos custos gerados com o desconto fornecido aos usuários durante a baldeação. O valor total da dívida não foi informado.

Lançada em setembro de 2014, a integração dos dois sistemas era feita através do bilhete eletrônico SIM (Sistema Integrado Mauá). A partir do benefício, o usuário que fizesse baldeação na estação ferroviária do Centro de Mauá teria desconto de R$ 0,50 por viagem. A estimativa da Prefeitura era de que o serviço aumentasse em até 30% o fluxo de passageiros. Entretanto, desde a interrupção, tem acontecido o contrário. “Como não tem mais (a baldeação), pedi para trocar meu cartão SIM pelo BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano), pois acaba sendo mais vantajoso”, relata a auxiliar de asseio Elenira Ferreira, 35 anos.

Antes mesmo da suspensão do beneficio, a integração do transporte municipal de Mauá e a CPTM já era alvo de críticas por parte de usuários. Isso porque a ideia inicial era de que o serviço fosse estendido para as outras duas estações ferroviárias da cidade (Capuava e Guapituba). Entretanto, a administração não cumpriu a promessa. “A estação Guapituba é mais perto da minha casa, porque moro no Parque das Américas. Como não tinha baldeação lá, optava por sair 5h da manhã de casa para ir até o Centro ter o desconto”, relata a analista de solução Priscila da Silva, 24.

Outro ponto que gerava transtornos para os usuários era a integração no retorno para Mauá. Enquanto na ida o passageiro só precisava validar a passagem com o SIM em um ônibus municipal e utilizar os bloqueios exclusivos dentro da estação ferroviária, na volta, o usuário precisava fazer longo processo para obter o desconto. O passageiro era obrigado a adquirir bilhete integração (chamado Mauá F-41) em qualquer bilheteria da CPTM e validar o tíquete em um dos 13 pontos instalados na estação central da cidade. Usuários relatam que o processo gerava confusão.

Procurada pela equipe do Diário, a Prefeitura de Mauá informou que não conseguiria responder os questionamentos até o fechamento desta edição.

SIM
Implantado em 2014, com o objetivo de otimizar o sistema de transporte municipal de Mauá, o bilhete eletrônico SIM também tem sido alvo de reclamações. A ausência de postos de recarga e as falhas constantes no sistema de operação são os principais pontos negativos citados por usuários. Os problemas, inclusive, já foram noticiados diversas vezes pelo Diário.

“Na semana passada, (o sistema de recarga) ficou todos os dias sem funcionar. Tive de pagar do meu próprio bolso o valor da passagem. Isso só prova como o sistema é ruim. Todo dia à noite é uma fila imensa para recarregar”, relata o consultor de negócios Leandro Teixeira, 32.

Para a auxiliar de enfermagem Renata Ramos Duarte, 27, os problemas do cartão SIM só agravam os transtornos com o transporte municipal. “Já temos problemas com o intervalo grande entre os ônibus e a superlotação. Agora, temos dificuldades para recarregar o bilhete.”
 




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