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Alunos impediram tentativa de agressão a professor que xingou classe
Guilherme Russo
Tiago Dantas
16/09/2009 | 07:06
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As ofensas feitas por um professor de matemática a alunos da 8ª série F da EE Maria Iracema Munhoz, no Centro de São Bernardo, quase se transformaram em um caso de agressão. Estudantes afirmam que foi preciso segurar um colega de classe que tentou atacar o educador na aula de sexta-feira.

A atitude foi motivada, segundo os alunos, pela forma como o educador se dirigiu à turma após flagrar um grupo jogando baralho na classe. O educador xingou os alunos de "idiotas", "covardes" e "mal-educados", além de chamar os pais deles de "vagabundos". As ofensas foram gravadas.

"O menino ficou nervoso, tirou a mochila e chegou a se levantar da cadeira. Ele ia para cima do professor, mas o pessoal segurou ele pelo braço", conta uma jovem de 14 anos que presenciou a cena. Outros estudantes e pais que estiveram na porta do colégio ontem comentavam o fato. A Diretoria de Ensino de São Bernardo não confirmou se isso consta na investigação do caso.

Dois supervisores da diretoria passaram a manhã e a tarde na escola ouvindo os depoimentos de quatro alunos da 8ª F que testemunharam os xingamentos. Também foram colhidas as declarações do professor acusado e de dois educadores que, embora não tenham visto a confusão, afirmaram que a sala tem problemas de disciplina. Os pais de alunos cobraram uma punição exemplar para o caso. "Por mais que a sala tenha problemas, nada justifica a atitude desse professor", diz Vagner Landin.

Em um dos depoimentos, um estudante da 8ª F conta que o professor mandou a classe copiar a correção de uma lição após apreender o baralho dos meninos. Como a bagunça continuou, o educador apagou a lousa e saiu da sala. Na volta, rasgou as cartas e começou a série de xingamentos. O relato é parecido com o que o próprio acusado deu numa reunião informal na Diretoria de Ensino anteontem à noite.

"Ele contou uma história parecida com a dos alunos. Disse que se descontrolou", afirma Suzana Aparecida Dechechi de Oliveira, dirigente de ensino do município. Suzana lembra que a sindicância deve terminar até sexta-feira, quando será encaminhado relatório para a Secretaria de Estado da Educação. A Pasta poderá absolver o professor ou puni-lo com advertência, suspensão ou expulsão.

"Nada a declarar. O sindicato fala por mim", disse ontem o professor pivô da confusão.

A Apeoesp (sindicato dos professores da rede pública) decidiu apoiar o professor. "Não acreditamos que ele tenha chegado a esse extremo", disse Paulo Neves, secretário de comunicação da entidade.

Para ele, as gravações com as ofensas atribuídas ao professor devem ser desconsideradas como prova, já que é proibido por lei usar celulares em salas de aula.




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