A briga pela paternidade da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas de Rio Grande da Serra começou há quatro anos, na eleição de 2012. O então candidato a prefeito do PT, Claudinho da Geladeira, pediu o equipamento ao ministro da Saúde da época, Alexandre Padilha, que estava em visita à cidade. Na ocasião, o adversário na corrida pelo Paço Gabriel Maranhão (PSDB) dizia que era uma promessa inexequível, já que o município não tinha os 50 mil habitantes necessários para receber a UPA, segundo as regras estabelecidas pelo governo federal. Ocorre que as áreas e os moradores de Paranapiacaba e Parque Andreense, de Santo André, também seriam beneficiados pelo projeto. O tucano foi eleito e cobrou a unidade de Saúde do ministro Padilha, pois ele havia prometido. Pronto: o filho bonito tinha dois pais. Gabriel Maranhão tentou acelerar a construção para poder participar da inauguração. Mas veio a crise econômica, os repasses federais atrasaram e a entrega foi adiada quatro vezes. Até que ontem o prefeito tucano tentou abrir a unidade. Em vão. Houve problemas com o mobiliário e faltou a ligação de energia por parte da concessionária distribuidora. Era a última oportunidade para o chefe do Executivo, candidato à reeleição, participar de ato oficial do governo antes do pleito. Agora, o funcionamento da UPA deve começar, de fato, em três semanas. Sem Claudinho da Geladeira e sem Gabriel Maranhão no palanque. Sem pai. Órfã. As portas serão abertas para o povo sem blá-blá-blá. Como deveria ser.

BASTIDORES

E agora?
Após muitos questionamentos das empresas concorrentes, a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) suspendeu o pregão realizado terça-feira para aluguel de três caminhões-pipa. O serviço é prestado desde 2013 pela Viação Santo Ignácio. O contrato terminou ontem. A pergunta que fica é: como ficará o abastecimento da cidade a partir de segunda-feira?

Ação conjunta
Prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) convoca os partidos aliados para fazer convenção conjunta no dia 24 de julho. O local ainda será definido. Por enquanto, estão confirmados no apoio à reeleição outros nove partidos. O verde está com dificuldade de bater o martelo sobre a vice, apesar de já estar encaminhado o nome de Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), mulher do vereador José Augusto da Silva Ramos (PSDB). A atividade única entre todos os parceiros seria uma forma de ter menos desgaste para firmar a tucana na dobrada.

Perdas
Prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) perdeu cinco vereadores para a oposição. Mas contemporizou. Disse que, em 2008, quando conquistou o Paço pela primeira vez, tinha poucos apoios políticos-partidários. Durante o segundo mandato, chegou a ter 18 legendas na trincheira governista. Hoje tem cerca de dez.

Frente de esquerda
Em São Caetano, há possibilidade de formação de uma frente de esquerda, com PCdoB, PDT e PT. Os petistas estão receosos em lançar o presidente municipal da sigla, Márcio Della Bella, candidato a prefeito. Assim, começa a ser especulado para encabeçar a chapa Marcel Ferraz Camilo (PCdoB), ligado ao atletismo e ao medalhista olímpico de ginástica Arthur Zanetti.

Reviravolta
Em Rio Grande da Serra, o prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) tinha fechado apoio do PCdoB para o projeto de reeleição. Inclusive, articulou a retirada do PT de imóvel alugado há anos pelo partido, no Centro da cidade, para colocar no lugar o diretório comunista. O problema foi que o PCdoB abandonou o barco e se aliou ao petista Claudinho da Geladeira, pré-candidato ao Paço.