Setecidades Titulo Aedes aegypti
Alunos trabalham na prevenção

Conhecimento repassado na Emeief Carlos Drummond de Andrade transforma crianças em agentes de combate ao mosquito da dengue

Nelson Donato
Especial para o Diário
21/06/2016 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Para combater com mais eficiência o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus, alunos da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Carlos Drummond de Andrade, situada na Rua Hatsuey Motomura, na Vila Pires, em Santo André, praticam as medidas preventivas em sala de aula. A ação faz parte do projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, iniciativa das secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário.

Para melhorar o método de aprendizagem, a professora Andreia Bugue Asquino decidiu que o principal ponto a ser abordado com as crianças era o que elas poderiam fazer para eliminar o vetor das doenças. “Percebi que, em muitos casos, só abordavam com os pequenos o que deve ser feito para combater a dengue de maneira superficial. Os estudantes apenas repetiam o que era ensinado. Optei por levantar a seguinte questão: o que as crianças podem fazer?”

A partir dessa simples pergunta, ela mostrou aos alunos a verdadeira importância deles como agentes. Além de multiplicar os conhecimentos aprendidos na escola, eles deveriam praticar aquilo que estava ao seu alcance. “Os pequenos podem fazer mais que apenas alertar os pais. Eles podem recolher os brinquedos para não deixá-los expostos à chuva, jogar o lixo no lugar adequado, entre outras atitudes”, explica a docente.

A partir desses ensinamentos, as crianças passaram a praticar as ações necessárias para conter os casos de dengue. Todas as turmas que utilizam o tanque de areia da unidade passaram a recolher os brinquedos após as atividades e deixá-los prontos para a próxima sala. “Com a adoção dessa medida, criamos o hábito em todas as classes. Nenhuma das crianças deixou os brinquedos fora da caixa em que devem ser guardados”, conta Andreia.

Na tarde de ontem, os alunos da professora mostraram que estão acostumados com as medidas preventivas. Após a brincadeira no tanque de areia, todos guardaram os baldes e pás no lugar correto.

A aluna Alice de Freitas Pires, 5 anos, é um exemplo a ser seguido. Além de saber o que os adultos devem fazer para evitar a proliferação do mosquito, ela detalha o que é de sua responsabilidade. “Falei para os meus pais que não podem deixar a caixa-d’água aberta, pneu com água parada, porque podem atrair o mosquito. E nós (crianças) não podemos deixar os brinquedos espalhados, se não o mosquito põe os ovinhos e pica as pessoas.”

O colega de Alice Leonardo Oliveira Nascimento, 6, apesar da timidez, explica com propriedade o ciclo de vida do inseto. “O Aedes aegypti vai na água parada e põe os ovos. Depois, eles viram larvas e, com mais um tempo, mosquitos, que sugam o sangue e transmitem a dengue.”

Unidade aplica experiências científicas para ensinar estudantes

Outra atividade importante na Emeief Carlos Drummond de Andrade é o Projeto Olhar de Cientista. Voltada para alunos com idade entre 4 e 5 anos, a iniciativa tem como objetivo principal desenvolver a curiosidade e estimular a participação e a reflexão dos pequenos.

Por meio de diversas experiências, realizadas desde o ano passado, os pequenos já acompanharam a metamorfose de lagartas até se tornarem borboletas, fizeram atividades que estimulam a percepção dos cinco sentidos e acompanharam transformações químicas. Para os próximos módulos da atividade estão previstos experimentos na área da física e a resolução de apostila sobre o corpo humano.

Conforme explica a professora Andreia Bugue Asquino, o projeto é uma ótima maneira para desenvolver o senso crítico dos alunos. “Aqui eles têm oportunidade de falar e ser ouvidos. Não há medo de expor as dúvidas. Até os estudantes mais tímidos desenvolvem a oralidade de modo mais eficiente.”

A participação dos pais também se mostra fundamental para o desenvolvimento da ação. “Nós (professores) sempre mandamos atividades para casa. Assim, os pais podem analisar o que os filhos estão aprendendo. Em várias reuniões, eles já vieram falar que seus filhos contam sobre o que foi ensinado em sala de aula e até os cobram quando o assunto é dengue. É muito bom ter esse retorno e saber que as crianças aprendem cada dia mais.” 




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