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Bate-papo ensina prevenção

Afiados no assunto, estudantes de Emeief da Vila Sá debatem como se proteger do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue

Nelson Donato
Especial para o Diário
12/05/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Um dos métodos mais antigos de transmissão de conhecimento é o diálogo. A partir de debates e trocas de experiências é possível avaliar temas por outros ângulos e obter mais bagagem sobre determinado assunto. É com essa atividade cotidiana que os alunos da Emeief Professora Maria Cecília Dezan Rocha, situada na Rua Planaltina, na Vila Sá, em Santo André, aprendem mais sobre a dengue e seus perigos. Esse diálogo feito em sala de aula é mais um dos pontos-chave do programa Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, iniciativa promovida pelas secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário.

Uma das turmas mais engajadas da unidade é a da professora Gisele Pereira Cardoso Cunha. Basta a educadora citar a dengue que várias mãos se erguem e as respostas já estão na ponta da língua. Com essa comunicação entre os alunos, a troca de conhecimento é inevitável. O maior fruto desta metodologia é o fator multiplicador promovido pelas crianças. Cada uma leva as informações para casa e conscientiza familiares e vizinhos.

Outra ideia que foi colocada em prática foi uma caminhada no entorno da instituição para identificar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus. “Organizamos passeio para mostrar aos estudantes como está a situação no entorno da escola. Ali eles puderam ter uma noção de como a falta de conscientização pode trazer perigos para a comunidade”, explica a professora.

Por vezes o problema está mais perto do que se imagina. Vários alunos citaram a casa de parentes como possíveis criadouros. Cientes dos riscos, os alertas são feitos para pessoas que armazenam água da chuva, para aqueles que não desentopem as calhas e para quem ainda não colocou areia nos pratinhos das plantas.

A aluna Eduarda Ferreira Rodrigues, 9 anos, faz parte do conselho mirim e viu de perto o perigo da falta de cuidado com os vasos. “A minha avó adora plantas. Mas ela deixava a água nos pratos. Aí expliquei que era errado e que o mosquito poderia deixar os ovos ali.”

Unidade planeja revitalizar entorno e conscientizar população

A Vila Sá possui diversos problemas estruturais, situação que se agrava pelo fato de o bairro fazer divisa com a Capital. Em fevereiro, algumas vias locais sofreram com as fortes chuvas e as enchentes causadas por elas. Além da força da natureza, o bairro também é vítima de vândalos e da falta de conscientização de moradores, que descartam o lixo irregularmente.

Para mudar esse preocupante panorama, alunos da Emeief Professora Maria Cecília Dezan Rocha planejam programa para revitalizar o entorno da unidade e mobilizar a população para os cuidados, a fim de que as melhorias sejam permanentes.

A assistente pedagógica da unidade, Cristiane Fonseca Fidelis, conta que o estopim para que as ideias de transformação surgissem foi a tempestade do dia 25 de fevereiro, que inundou a via em que a escola está situada e causou prejuízo para os moradores do bairro. “Foi um dia terrível. Lembro que só conseguimos liberar as crianças 21h. Quando a água baixou, vimos o tamanho do estrago. Tinha muita lama, sujeira. Os alunos ficaram impossibilitados de fazer Educação Física. Foi muito difícil.”

A principal diretriz da futura iniciativa é fazer com que os pequenos criem as atividades a serem implementadas para que, assim, tenham mais noção dos problemas. Cheias de vontade, algumas crianças já criaram listas do que precisa ser feito.

A aluna Maria Laura da Silva Bezerra, 8 anos, que faz parte do conselho mirim, possui sugestões para melhorar o lugar. “Acho que podem colocar lixeiras, assim as pessoas vão jogar o lixo no lugar certo. Também podemos pintar o entorno e deixar tudo mais bonito.”

Maria Laura vê os reflexos da falta de conscientização dentro da escola. “As pessoas cortam o alambrado e invadem a nossa quadra. Também deixam muita sujeira espalhada pelo parquinho. Queremos mostrar que se todos cuidarem do bairro, teremos mais coisas para aproveitar.”

A estudante Eduarda Ferreira Rodrigues, 9, também possui várias ideias para melhorar a rotina escolar e da Vila Sá. Em seu caderno, ela possui diversas propostas para o bairro. “Penso que podemos fazer cartazes e colar em volta da escola. Temos que falar com a comunidade para que ela cuide do bairro.”  




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