Economia Titulo
Importados ameaçam
indústria de máquinas
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/02/2011 | 07:22
Compartilhar notícia


A invasão de produtos estrangeiros, que tem representado riscos de desemprego para fabricantes de autopeças da região, também ameaça o setor de máquinas no Grande ABC.

Dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) mostram que a importação de maquinário, que em 2004 representava 40% do consumo (ou seja, as compras desses itens no mercado interno), agora já chega a 60% de participação.

Com base em números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a associação do setor aponta ainda que o saldo comercial (exportação menos importação) negativo vem aumentando. Há sete anos, o deficit era de US$ 602 milhões, valor que saltou para US$ 15,7 bilhões em 2010.

E no primeiro mês deste ano já alcançam US$ 1,3 bilhão - reflexo de vendas ao Exterior que somaram US$ 771 milhões e aquisições de itens de outros países que foram de US$ 2,07 bilhões.

VENDAS - Apesar de as vendas das fabricantes terem crescido 12,1% em janeiro na comparação com igual período do ano passado, o faturamento das empresas ainda fica 10% abaixo do mesmo período de 2008 e o segmento registra redução de 12,6% nos pedidos em carteira, segundo a Abimaq.

Uma das companhias do segmento localizadas na região, a TM Bevo, de São Bernardo, sente a dificuldade na concorrência de preços no País e no Exterior, por causa do real valorizado. O diretor comercial, Evandro Luciano Orsi, afirma que a empresa (que faz centros de usinagem para indústrias de autopeças) deve crescer neste ano frente a 2010, mas como o ano passado foi fraco para a atividade, ele avalia que será possível apenas retomar o nível de faturamento de 2007.

A companhia vem optando por importar parte do que comercializa. No ano passado, isso correspondia a 25% das vendas e em 2011 deve chegar a 40%. E o número de funcionários caiu. Eram 100 em 2009 e hoje são cerca de 60.

A DM Robótica, de Diadema, também observa melhora no faturamento em relação a 2010 - a estimativa é de alta de 15% neste ano -, mas o diretor José Luiz Galvão Gomes relata a preocupação com o efeito cambial. "Não temos exportado. Procuramos manter o mercado local, mas nos preocupa a concorrência com o produto estrangeiro", afirma.

O diretor administrativo da fabricante B.Grob, Oscar Passos, conta, por sua vez, que os pedidos cresceram, mas o valor dos contratos se reduziu, por influência do câmbio. "Temos de lutar para ter mais produtividade", cita. A companhia, que também produz centros de usinagem para o setor automotivo, chegou a ter 790 empregados há três anos. Hoje são 490.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;