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Acusados de executar prefeito Celso Daniel negam crime
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
05/04/2004 | 22:56
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O seqüestrador Itamar Messias dos Santos voltou atrás em suas declarações iniciais e negou sua participação no assassinato do prefeito Celso Daniel. O preso José Erivam Aleixo da Silva, o Van, também não confirmou seu envolvimento no caso. Ambos foram interrogados nesta segunda pelo juiz da Vara do Júri do Fórum de Guarulhos, Leandro Jorge Bittencourt Cano; pelos promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial para Prevenção e Repressão do Crime Organizado) do Grande ABC, responsáveis pela denúncia; e pelos advogados de defesa do empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do crime.

Na opinião do promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, as contradições das versões iniciais demonstram que Itamar e Erivam estão sendo ameaçados de morte dentro do sistema prisional. “O que mais nos impressionou é que essas duas pessoas estão visivelmente ameaçadas por alguém que quer ver essa história sem crédito. Eles estavam intimidados, negando fatos notórios”, afirmou Carneiro.

Os acusados negaram estar recebendo ameaças dentro do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos, onde estão presos. O juiz Bittencourt insistiu, e fez questão de ressaltar que aquele seria o momento de falar sobre o assunto. Porém, eles negaram.

Itamar disse que foi maltratado por policiais – que não soube dizer os nomes – apenas no DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), quando foi preso.

Esse foi o primeiro depoimento realizado depois que o juiz Luiz Fernando Migliori Prestes, da 1ª Vara Criminal de Itapecerica da Serra, que preside o caso, determinou o fim do segredo de Justiça do processo. Com isso, a imprensa pôde acompanhar o interrogatório, mas sem registrar imagens.

Itamar foi o primeiro a entrar na sala do Tribunal do Júri, onde foi realizada a audiência, que durou menos de 15 minutos. Foi Itamar que teria tirado Celso Daniel do carro na noite do seqüestro e anteriormente já confessara o fato. Porém, nesta segunda ele negou que tenha participação na morte do prefeito e disse que não conhecia Gomes da Silva. Itamar caiu em contradição quando disse que conhecia apenas Ivan Rodrigues da Silva, o Monstro, de quem alegou ser vizinho.

O seqüestrador confirmou que foi detido em Aparecida, dentro de um ônibus, quando voltava de Salvador na companhia de Rodolfo Rodrigo de Oliveira, Bozinho, que tinha dito inicialmente não conhecer. “O Bozinho é meu primo, mas não sabia que o nome dele era Rodolfo”, disse Itamar.

Erivam foi ouvido por pouco mais de dez minutos. Ele também negou conhecer Gomes da Silva e ter participado do crime. Segundo a denúncia oferecida pelos promotores do Gaerco, foi ele que levou José Edson da Silva, seu irmão e também acusado pelo crime, ao encontro dos demais membros da quadrilha.

Outra contradição de Erivam apontada pelos promotores foi o fato de ele ter abrigado em sua casa outro membro do bando, Elcyd Oliveira Brito, o John. Segundo consta no processo, Elcyd teria tentado fugir quando foi preso na casa de Erivam, que negou tudo. “Fui preso sozinho”, disse.




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