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Negligência em caso de estupro é apurada
Nelson Donato
especial para o Diário
21/04/2016 | 07:07
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O estupro de uma estudante da UFABC (Universidade Federal do ABC) causou revolta dos demais alunos. A situação se agravou por conta de suposta negligência da equipe de segurança. Em meio a informações desencontradas, a instituição abrirá investigação para apurar o comportamento dos profissionais.

Nas redes sociais, a agressão ganhou destaque. Conforme as postagens de colegas, a mulher de 26 anos foi violentada por cerca de 40 minutos até conseguir se desvencilhar doestuprador Isaac Duarte do Nascimento, 20, preso no sábado pela Polícia Civil de Santo André. Ele foi reconhecido por ela e mais uma vítima e é suspeito de outros três estupros, todos na cidade.

Ainda conforme os relatos, ao chegar na UFABC, a universitária foi barrada por não portar a carteirinha. Desesperada, ela pulou a catraca e exigiu um telefone para contatar seus familiares. Porém, o uso do aparelho foi negado. Neste meio-tempo, o agressor seguiu a vítima e informou ao segurança que eles estavam juntos e que sua ‘companheira’ estava sob o efeito de drogas.

Desconfiado, o funcionário chamou a polícia e todos foram para o 2º DP (Utinga). Em depoimento, o guarda relatou os acontecimentos e teria consentido com as informações fornecidas pelo estuprador, que relatara encontro com a vítima no qual ela havia concordado com o ato sexual. Por conta da versão, o acusado foi liberado e só foi preso no sábado pelos investigadores da Polícia Civil, que ligaram o fato a outro estupro que aconteceu na quarta-feira, com características semelhantes.

Em nota, a reitoria da UFABC afirma que colocou à disposição da vítima o Serviço de Apoio Psicossocial da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas, e ofereceu auxílio para o registro do boletim de ocorrência. A instituição também esclarece que abrirá investigação para apurar a possível negligência. Ainda conforme a UFABC, será solicitado o reforço policial no entorno.

Coletivo feminista exige mais proteção

O estupro de uma estudante nos arredores da UFABC (Universidade Federal do ABC), assim como a postura dos funcionários terceirizados responsáveis por realizar a segurança do campus Santo André, causou indignação entre os colegas e ganhou destaque em postagens nas redes sociais.

O Coletivo Feminista Cláudia Maria, que atua dentro da instituição de ensino, reclama da postura da Prefeitura Universitária. “Nossa crítica é contra algumas normas impostas por eles, como impedir acesso de alunos e alunas ao campus. No caso do estupro, queremos que a universidade abra um processo de sindicância para avaliar o comportamento deste segurança em específico, pois, além de não deixar a estudante entrar, ele depôs a favor do estuprador”, detalha a universitária Carolina Caires, 21 anos, que faz parte do coletivo.

Carolina destaca ainda que o grupo exige mais capacitação dos funcionários para que estejam aptos a conduzir situações como essa. “Nós queremos que os terceirizados tenham uma preparação adequada. Eles precisam de formação interna para poder lidar com casos como este.”

Além de treinamento dos funcionários, a universitária defende políticas internas de proteção à mulher. “Queremos ampliar o debate sobre a violência de gênero dentro da universidade.”
 




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