As salvínias voltaram à Represa Billings e, desta vez, em um local menos comum: Rio Grande da Serra. O Diário flagrou a proliferação da planta aquática em um braço do manancial próximo à divisa com Ribeirão Pires. A região, mesmo isolada, já tem ocupações irregulares em área de proteção ambiental e, para piorar, recebe esgoto de quase 70% da população da cidade.
Os dejetos chegam ao reservatório por meio de grandes tubulações. E é justamente nesta área que a proliferação de salvínias é observada. Especialistas relacionam a presença da planta - vegetal do grupo das samambaias e nativa da flora brasileira - com o aumento de alguns nutrientes na água, como potássio e fósforo, ambos presentes em resíduos domésticos.
As condições climáticas também têm relação com o fenômeno. Em tempo seco, as plantas se concentram perto das margens e se reproduzem com mais facilidade, principalmente se houver muito vento. As aves também ajudam no processo de alastramento da salvínia.
Apesar dos prejuízos aparentes ao meio ambiente e à qualidade da água, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) garante que a presença de salvínias não representa nenhum risco. "O único problema que elas podem causar é o possível entupimento da grade de captação de água. Uma questão física que resolvemos, quando preciso, com a retirada manual", diz o gerente do departamento de recursos hídricos da Região Metropolitana, Alberto Ferro.
A quantidade atual de plantas na represa, segundo a Sabesp, é considerada normal, mesmo em Rio Grande da Serra, município que abriga um dos braços mais limpos do manancial. A proximidade com o esgoto, porém, não é apenas coincidência. O fenômeno normalmente acontece nos braços mais poluídos da Billings. Freqüentemente, em temporadas secas, as plantas proliferam no Riacho Grande, em São Bernardo - local com alto adensamento populacional.
A Prefeitura de Rio Grande espera diminuir o despejo de cargas domésticas no manancial ainda este ano, com a finalização de obras importantes de redes e coletores-tronco.
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