Na quinta semana da Expedição Mananciais 2016: Billings e Guarapiranga, a presença significativa de cianobactérias (micro-organismo formado por apenas uma célula) em trechos do reservatório, em São Bernardo, acendeu o sinal de alerta dos profissionais que participam do projeto.

De acordo com a bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Ângela Marcondes, que integra a equipe técnica do projeto, a presença de cianobactérias cresceu de forma surpreendente se comparados os resultados obtidos na expedição de 2015. “Isso mostra que a contaminação, provavelmente vinda do Rio Pinheiros, está chegando a pontos da região. É preocupante, pois quando existentes em excesso, essas bactérias podem indicar grande despejo de matéria orgânica oriunda de esgoto doméstico não tratado.”

Na avaliação da especialista, embora a presença desses organismos já tenha sido apontada antes, órgãos competentes ainda não colocaram em prática ações para combater o problema. “A pergunta que fica é: por que nada foi feito ainda?”

No decorrer da quinta semana da expedição, foram analisados 18 pontos da Billings, todos localizados em São Bernardo. Desses, 13 tiveram índice de qualidade avaliados como regular e outros cinco como ruim.

De acordo com a especialista, a qualidade da água não teve alteração significativa na comparação com o resultado anterior. Na próxima semana, a expedição ainda percorre trechos localizados em São Bernardo.

Idealizada pela USCS e parceiros, entre eles a Fundação SOS Mata Atlântica, a ação realiza, pelo segundo ano consecutivo, o diagnóstico ambiental dos reservatórios por meio de análises físico-químico e microbiológicas que identificam quais são os problemas e traçam soluções para melhorar a qualidade da água das represas.

Até o fim de abril, mês previsto para divulgação dos resultados finais, o grupo terá percorrido 450 quilômetros e coletado dezenas de amostras de material em 164 pontos dos mananciais, estabelecidos pela equipe técnica e a maioria localizados em São Bernardo.