Pequenos agentes com uma grande responsabilidade: a prevenção às doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Essa é a missão dos alunos da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Sylvia Orthof, localizada na Vila Mazzei, em Santo André. Com música, cartazes e panfletos, as crianças percorreram as ruas do bairro na sexta-feira para orientar moradores sobre como combater o transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus, doenças que tanto têm alarmado a população.

A atividade faz parte do projeto criado pela escola Sai Zika do Meu Bairro, que integra a ação Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, fruto de parceria entre as secretarias de Educação e Saúde de Santo André e o Diário.

Ao todo, 60 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental participaram da atividade pelas ruas do bairro. “É importante ajudar vizinhos e amigos a acabarem com as doenças que o mosquito transmite, porque elas são perigosas para nós”, disse Jennifer Sousa Novaes, 7 anos.

Para ir às ruas, os alunos fizeram ampla pesquisa sobre o assunto em sala de aula. A confecção de mosquitos de garrafa PET e composição de música a respeito do tema complementaram o aprendizado.

O conteúdo ministrado pelos educadores da rede municipal em sala de aula ajudou a conscientizar os pequenos, que passaram a mensagem aos moradores da Vila Mazzei. “Tem que jogar a água das garrafas fora, furar o vaso de plantas ou colocar terra no pratinho. Não pode deixar nascer o mosquito”, contou Letícia Vitória da Silva, 8.

A diretora da Emeief, Luciana Maria Gomes Silva, acredita que esse é o primeiro passo para alcançar resultado maior. “Temos a função de educá-los e incentivá-los a passar isso adiante. Às vezes, eles (alunos e famílias) não têm esse tipo de cuidado em casa e, aprendendo aqui, reproduzem lá.”

Secretário destaca papel das crianças na ação

A proliferação do mosquito Aedes aegypti é assunto sério e o inseto é inimigo a ser combatido por pessoas de todas as idades. Porém, para a conscientização das crianças, a adoção de métodos lúdicos e que se adequam à realidade dos pequenos é fundamental. Essa é a proposta do projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes.

Apesar de a dengue ser problema antigo, o número de casos na região tem aumentado de maneira alarmante. A falta de medidas preventivas, como evitar jogar lixo nas ruas, cobrir vasos de plantas com areia, fechar as caixas-d’água, além de outras ações para evitar o acúmulo de água parada, são prato cheio para a multiplicação do vetor.

À frente do projeto, o secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, destaca que ensinar as crianças desde cedo é a chave para conter o avanço do mosquito. “A (Secretaria de) Educação e os alunos das nossas escolas são parte estratégica da prevenção. Hábitos se ensinam e praticam desde pequenos. Para vencer a dengue, precisamos transformar as práticas preventivas em tarefas diárias.”

Outro cuidado destacado pelo secretário é a maneira como o assunto é abordado com os pequenos. Segundo ele, apesar da gravidade, os alunos têm boa compreensão sobre o tema. “As crianças de hoje sabem que não se pode deixar água parada. Para ensiná-las, precisamos adotar métodos lúdicos e adequar as informações à realidade de cada um. Não podemos dizer para alguém que mora em lugar carente para olhar a piscina do vizinho. Então, é preciso mostrar coisas que as crianças vivenciam para que, assim, gravem na mente.”

Hoje o projeto completa duas semanas. Na avaliação do secretário, os resultados não poderiam ser melhores. “Nós, da Prefeitura, percebemos avanço muito grande no combate à dengue, que tem sido muito intenso na nossa região. Dá muito gosto ver essa geração desempenhar as atividades com tanta desenvoltura”.

Duarte também faz um apelo à população. Ele vê a mudança de hábito como a principal medida contra o mosquito. “Hoje em dia há muita informação e as pessoas conhecem o inimigo a ser vencido. É por isso que destaco a parceria com o Diário na divulgação dos acontecimentos. Porém, é preciso mudar o comportamento perante esta situação adversa para erradicar essas doenças.”