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Professores da rede estadual anunciam greve para dia 16
Illenia Negrin e
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
26/03/2004 | 23:34
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   Professores da rede estadual de ensino anunciaram nesta sexta que entrarão em greve a partir do dia 16 de abril. Em assembléia realizada à tarde, em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação, no Centro de São Paulo, foi definido um calendário de mobilizações para reivindicar reajuste salarial e melhorias nas condições de ensino oferecidas a professores e alunos. A última greve da categoria aconteceu há quatro anos, e durou 44 dias.

De acordo com o presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Carlos Ramiro de Castro, só o atendimento das reivindicações poderá evitar a paralisação das atividades. Uma audiência com o secretário estadual de Educação, Gabriel Chalita, foi marcada para o próximo dia 12.

“Já nos reunimos com a Secretaria inúmeras vezes e de nada adiantou. O governo alega que não tem dinheiro para conceder os reajustes. É como assinar um atestado de que a educação não é uma prioridade”, afirmou Castro.

A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que até esta sexta não havia recebido a pauta de reivindicações.

Os professores da rede estadual querem que as gratificações, bônus e abonos sejam incorporados ao salário, o que representaria o aumento de 24,9%. Hoje, um professor que trabalha 24 horas semanais ganha R$ 512,40, ou R$ 4,27 por hora/aula; com o reajuste, passaria a receber R$ 640,40, ou R$ 5,34 por hora trabalhada.

Segundo a Apeoesp, desde a adoção do Plano de Carreira, há seis anos, o salário da classe foi reajustado uma única vez, com aumento de 5%. “O nosso ideal é alcançar o piso estipulado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), de R$ 1.422,46.”

Por conta da assembléia realizada nesta sexta à tarde, parte dos professores da região não deu aulas, seguindo orientação das subsedes regionais da Apeoesp. Porém, a adesão só foi total em poucas unidades, como a EE (Escola Estadual) Américo Brasiliense, no Centro de Santo André. Até quinta, havia uma faixa na frente da escola comunicando a paralisação.

Aluna da 7ª série, Tamires Noemy Gino, 12 anos, aproveitou a paralisação para fazer um trabalho na biblioteca com um grupo de colegas. “Os professores avisaram na quarta-feira que hoje (sexta) não teria aula”, disse. “Mas na segunda-feira eles disseram que a aula vai ser normal”, completou Sttephani Nunes da Silva Oliveira, 13 anos, também aluna da 7ª série.

Nas outras cidades, a adesão também foi parcial, de acordo com a Apeoesp. Para Aldo Santos, presidente da subsede de São Bernardo, o governo do Estado “vem sucateando a educação”. Ele falou ainda que, entre as reivindicações, está a diminuição de alunos por sala de aula. “A EE Doutor Baeta Neves, por exemplo, tem salas com 62 alunos”, disse.




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