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Vereadores sugerem instalar universidade na Fábrica de Sal

Representantes assinam requerimento; Executivo afirma já ter feito várias tentativas

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
30/03/2016 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


Após diversas polêmicas por causa do projeto de lei que prevê a concessão do terreno da Fábrica de Sal, no Centro Alto de Ribeirão Pires, para a construção de shopping center, grupo de vereadores, encabeçado pelo parlamentar Eduardo Nogueira (SD), elaborou requerimento sugerindo que a área fosse utilizada para construção de universidade pública.

O documento ressalta que a área deve ser destinada ao interesse público e a construção da universidade atrairia centenas de estudantes da região, o que também geraria renda e empregos ao município. O prédio seria construído na área adjacente ao da antiga fábrica, que se manteria preservada. Além de Nogueira, mais sete vereadores assinaram o requerimento direcionado ao Executivo.

“O que estamos dizendo para o prefeito (Saulo Benevides – PMDB) é que a área precisa ter utilidade pública. Trata-se de uma sugestão. Ele me desafiou a trazer a universidade para cá, mas ele é que tem que ir atrás disso. Não quero essa disputa. Acho que a gente tem que trazer coisas boas para a cidade”, disse Nogueira.

Segundo o secretário de Comunicação, Thiago Quirino, o prefeito fez esse desafio porque já tentou atrair diversas instituições à cidade. “A Prefeitura ofereceu vários terrenos e procurou instituições públicas e privadas, mas nenhuma vingou. Ele tentou o mesmo formato da doação de área e ainda isenção de imposto.”

O vereador afirmou que Saulo chegou a propor a abertura de uma licitação e quem se interessasse, um shopping center ou uma universidade, iniciaria a construção. “Somos contrários. Ceder a área gratuitamente para interesses privados é absurdo”, afirmou o vereador Eduardo Nogueira.

TEXTO - O projeto de lei de concessão do terreno pelo período de 99 anos para a construção de shopping foi retirado da Câmara no dia 16. Conforme a Prefeitura, a remoção é por tempo indeterminado para possíveis adequações. “Uma associação de amigos de bairro do Centro Alto vai coletar assinaturas de quem é a favor e contra ao projeto. Se a maioria for a favor, a proposta será mantida, caso contrário, pode ser retirada. Os resultados dessa consulta popular devem ser apresentados na sessão do dia 4 de abril”, explicou o secretário.

Debate público sobre o tema ocorre hoje na Câmara, a partir das 18h. O Coletivo Sal da Terra, união de movimentos sociais a favor da preservação da fábrica, afirmou que existe necessidade de diálogo a respeito do tema e que lamenta a falta de iniciativa da administração municipal em ouvir as diferentes vozes da sociedade.

O prédio da Fábrica de Sal está em processo de estudo de tombamento pelo Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) do Estado. Audiência pública com entidades representativas e a presença da população foi realizada em fevereiro, durante a qual a maioria se posicionou contra a concessão da área para um shopping. 




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