Moradores do bairro Vila São Pedro, em Santo André, estão preocupados com possíveis focos de dengue em um terreno na Rua dos Aliados, altura do número 600. No local, que abriga uma construção parada, há uma mina por onde brota água.

“Moro sozinha, minhã mãe é idosa, então a preocupação é maior com ela. Vi uma vez só os agentes de dengue por ali, mas como na época estava fechado, olharam por cima e foram embora. Depois disso, nunca mais”, conta a professora de dança Silvana Badaró, vizinha ao terreno.

O aposentado Wilson Carlos Barreto, que mora em frente ao espaço, disse que reforçou a proteção contra o mosquito. “Conheço pelo menos quatro pessoas da vizinhança que pegaram dengue. Fecho a casa toda e ligo o repelente de tomada.”

Os próprios moradores escreveram nos tapumes que cobrem o terreno alertando à Prefeitura quanto à preocupação com focos do Aedes aegypti, que além da dengue, pode transmitir também zika e chikungunya. “Passam vistoriando as casas da rua, mas no terreno ninguém faz nada”, contou Barreto.

No espaço há placas de duas construtoras, a Progredior e a Módulo. Gustavo Martins, do setor administrativo da Progredior, afirmou que o terreno não pertence à construtora. “Foi iniciada uma parceria para um lançamento, mas foi rompida. E mesmo o terreno não sendo nosso, jogamos ainda na tarde de ontem (segunda-feira) 20 quilos de cloro em toda a água que tinha depois que uma moradora entrou em contato conosco.”

A Módulo, por sua vez, afirmou que mantém o terreno sob manutenção. “Temos diariamente uma pessoa no local com uma bomba alugada para drenar toda a água. Não pudemos começar a obra por causa da crise, tivemos problemas com compradores e paramos. Estamos há 44 anos no mercado e fizemos mais de 40 obras em Santo André. Não queremos, de forma alguma, prejudicar a população”, contou o engenheiro Henrique Waisberg, responsável técnico da obra.

A Prefeitura de Santo André, por meio do Departamento de Conservação de Vias, afirmou que o proprietário do terreno recebeu quatro notificações para limpeza, reconstrução do passeio e do muro e, por não atender nenhuma das notificações, foi multado quatro vezes.

Equipe da GCZ (Gerência de Controle de Zoonoses) da Prefeitura também vistoriou o local na tarde desta terça-feira. “Trata-se de terreno com início de construção, mas a obra teria sido embargada. A construtora realiza a drenagem periódica, embora não seja o suficiente já que lá é uma mina.” Durante a visita técnica, a administração constatou que “estavam bombeando em virtude de reclamação de moradores”. Segundo a Prefeitura, a área seguirá sob vigilância e, caso reincida o problema, será encaminhada autuação ao proprietário.