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Antecipar o 13° salário é
alternativa só para endividados
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
22/09/2011 | 07:30
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Em meio a dívidas elevadas e poucas opções de empréstimos baratos, a dica pode ser antecipar o 13° salário. Disponível durante todo o ano, a procura fica maior quando se aproxima o pagamento da primeira parcela do benefício. É opção aos endividados porque os juros cobrados são de 3,26% ao mês, na média - entre os seis principais bancos do País. Isso porque a opção é oferecida com a garantia de que as instituições financeiras vão receber de volta o empréstimo até o dia 20 de dezembro (prazo do pagamento da segunda parcela); tal como num empréstimo consignado.

Alternativa quando se pensa nos juros do cartão de crédito. Por mês, são 10,7%, segundo pesquisa mais recente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade. A maior alíquota do mercado. Já no cheque especial, segundo mais pesado, o valor é de 8,3% mensais, diz o presidente do conselho da Anefac e diretor de economia, Roberto Vertamatti. Valores que saltam, em 12 meses, para 238,30% e 158,90%, respectivamente "Se a pessoa estiver muito endividada nessas modalidades, antecipar é melhor porque as cobranças são muito inferiores."

A antecipação de R$ 1.000, por exemplo, significam R$ 1.080,50 em três meses, se recorrer hoje à modalidade, pela taxa mais barata do mercado (2,73%), a do Bradesco. Os R$ 80,50 são os juros. Já nas alíquotas maiores de 4,55%, do Banco do Brasil, o valor pago até o fim de dezembro pula para R$ 1.142,80.

Alíquotas que podem ser amortizados. Vertamatti explica que, se o consumidor movimenta bastante a conta, pagar débitos em dia, pode barganhar alíquotas menores dos bancos.

Taxas de longe mais baratas das que resultam de dívidas no cartão de plástico, que no mesmo exemplo engorda a R$ 1.356,57. Com o cheque especial, a cobrança final é de R$ 1.270,23 até dezembro.

A opção mais em conta, no entanto, é o Crédito Direto ao Consumidor. Nele, os valores cobrados pelo mercado são, em média, de 2,29% mensais (31,22% ao ano).

CUIDADOS - É preciso atenção na hora de buscar a antecipação. Além dos juros, são cobrados encargos. Para saber o valor final do empréstimo, o consultor em finanças do Instituto Assaf, Fabiano Guasti Lima, diz que o cliente deve tirar dúvidas com seu gerente. Ele também deve ficar atento porque se o 13º por algum motivo não for pago, tem que quitar a dívida no prazo combinado.

Outro alerta é para quem pensa na antecipação procurando comprar. Especialistas afirmam que é dar tiro no pé. "Isso pode gerar dívidas que viram bola de neve. E é preciso estar ciente de que se está abrindo mão do dinheiro no fim do ano", destaca Lima. Como alternativa, Vertamatti dá a dica de guardar pequenas quantias na poupança para esse fim.

Cuidado que ganha reforço porque carregar dívidas de fim de ano em consumo faz o consumidor abrir o ano em mau momento, quando chegam vários impostos a pagar. Essa linha de crédito é o opção apenas em casos extremos.




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