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10% das cidades têm 73% de mortes
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
30/01/2008 | 07:07
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O Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, lançado ontem pela Ritla (Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana), revela que 10% dos municípios brasileiros, 556, somam 73,3% dos homicídios registrados no País. Entre as cidades do Grande ABC, apenas duas estão na lista. Na proporção por 100 mil habitantes, Diadema está na 190ª posição e Mauá, na 505ª.

Em números absolutos, as grandes capitais brasileiras – à frente estão São Paulo, Rio de Janeiro e Recife – ainda são as mais violentas do Brasil. Em 2006, a Capital paulista somou 2.546 homicídios.

As taxas médias mais elevadas no novo estudo, porém, estão longe dos centros, em cidades pequenas, nas fronteiras e no interior do País. As primeiras na lista são Coronel Sapucaia (MT), Colniza (MS), Itanhangá (MS) e Serra (ES). Todas com mais de 100 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Segundo o autor do mapa, Julio Jacobo Waiselfisz, dos 26 Estados, seis têm mais de um terço de seus municípios entre os 10% mais violentos do país: Amapá (50%), Rio de Janeiro (46,7%), Roraima (40%), Pernambuco (40%), Mato Grosso (36,9%) e Rondônia (36,5).

Para Waiselfisz, a violência está onde o Estado não chega. “São áreas onde há uma ausência total do poder público, onde impera a lei do mais forte e há um desrespeito quase absoluto aos direitos humanos.”

Campeões em desmatamento na Amazônia, Pará e Mato Grosso têm, juntos, 11 dos 45 municípios mais violentos do País. E os dados do Mapa da Violência mostram que a situação vem piorando. Em 2007, no primeiro estudo, realizado com dados até 2004, seis dessas cidades eram menos violentas e, em alguns casos, como os municípios de Itanhangá (MT) e Nova Ubiratã (MT), nem sequer apareciam entre os 556 mais violentos.

Cumaru do Norte (PA) era o 323º mais violento. Hoje, é o 28º. E, não por coincidência, Cumaru é um dos que está na lista dos 36 com maiores taxas de desmatamento em 2007.

Esse mesmo raciocínio se aplica a outras cidades que estão no topo da lista da violência, como Foz do Iguaçu (PR), Guairá (PR) e a campeã deste ano, Coronel Sapucaia (MS). Nenhuma das três fica em áreas de desmatamento, mas todas estão em áreas de fronteira, com o Paraguai.

Foz do Iguaçu também vem subindo na lista. Era a 11ª. Hoje, é a 5ª. “Durante 20 anos, deu-se pouca atenção a Foz do Iguaçu. Tratava-se apenas como um problema social, das pessoas que viviam do contrabando. Essa permissividade exacerbou os problemas e hoje há máfias internacionais agindo ali”, diz o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luís Paulo Telles Barreto.



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