Setecidades Titulo
Mortalidade infantil cai no Grande ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
16/06/2003 | 21:36
Compartilhar notícia


Caiu o índice de mortalidade infantil no Grande ABC. Segundo estatísticas divulgadas segunda-feira pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), a média de mortalidade da região em 2002 foi de 15,2 mortes de crianças de até um ano de idade para cada mil nascidas vivas. No ano anterior, o Grande ABC registrou índice de 15,6. Apesar da queda, a mortalidade nas sete cidades da região continua acima do índice estadual, de 15,0 no ano passado. Apenas em Rio Grande da Serra houve aumento da mortalidade infantil.

O índice vem caindo desde 1990, ano em que no Estado a taxa chegou a 31,4. A razão, segundo as secretarias de saúde municipais, incluem o aumento dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, devido ao início do funcionamento dos hospitais estaduais na região. “Favorecem (os leitos) a sobrevida dos bebês”, afirmou a coordenadora da Vigilância à Saúde de Mauá, Rosana Madeira Grasso.

Em São Caetano, com a inauguração da primeira maternidade pública da cidade, ainda neste mês, o secretário de Saúde, José Auricchio Júnior, espera que a mortalidade fique em dígito no próximo balanço. “Só assim estaremos interferindo nas condições de maternidade das gestantes da cidade.”

O aumento da média de consultas pré-natais – entre sete e oito consultas –, reflexo de uma série de reformulações nas redes de atendimento público, bem como programas específicos, como o Mãe-Canguru e o Banco de Leite (para aleitamento materno), em São Bernardo; o Estima – que leva as gestantes para conhecer os hospital e a equipe médica –, de Mauá; e o Bem Nascer, de Santo André, também foram citados pelas secretarias de saúde como medidas que levaram à redução das mortes na região.

Risco – A forte atuação de agentes de saúde, o acompanhamento de gestações de risco e a humanização do atendimento ao parto – alojamentos conjuntos, por exemplo – garantiram à região melhoria na assistência pré e pós-natal. Em Ribeirão Pires, o aprimoramento do acompanhamento das gestantes levou até a uma redução do índice de nascidos prematuros. Na cidade, há quatro anos, não há registros de mortalidade materna.

Agora, o foco de atuação do município é o combate aos óbitos precoces. Das sete cidades da região, Ribeirão apresenta o maior índice de mortes de crianças nos primeiros 28 dias de vida. Segundo o secretário de Saúde, Ronaldo Querodia, uma comissão de investigação de óbitos foi criada para analisar os motivos e reorganizar a rede de atendimento. “Uma das nossas primeiras constatações é que 50% dos óbitos precoces são registrados na primeira semana de vida do bebê.”

De acordo com Querodia, as mortes geralmente estão relacionadas a uma gravidez indesejada e principalmente entre mães adolescentes. “Metade dos partos de Ribeirão Pires em 2002 foram entre jovens de 13 a 20 anos.” Os óbitos estão relacionados a tentativas de aborto, drogas e falta de pré-natal. “Aí temos casos de má-formação e de problemas respiratórios.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;