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Poder público debate o crack pela primeira vez
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
06/04/2011 | 07:13
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O crack parece que vai deixar de ser um assunto jogado para debaixo do tapete pelos poderes públicos. Ontem, pela primeira vez, ocorreu encontro entre representantes dos governos federal, estadual e municipais de São Paulo para discutir e apresentar políticas públicas para o combate ao crack. O debate de ideias foi realizado em auditório na Assembleia.

O Seminário Paulista sobre Políticas de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas teve a presença de dezenas de prefeitos do Estado, principalmente do Interior, além de secretários e representantes. Nenhum dos mandatários das cidades do Grande ABC ou secretários de Saúde compareceu; alguns enviaram assessores e coordenadores. Mesmo após as reportagens publicadas pelo Diário na semana passada, apontando diversos pontos de consumo da droga na região.

O evento foi organizado pelos deputados estaduais Donisete Braga e Enio Tatto, ambos do PT. A proposta agora é a criação de uma Frente Parlamentar. "Vamos produzir um documento com as discussões e propostas apresentadas hoje (ontem) e correremos atrás das 20 assinaturas necessárias para criar a frente. Essa será uma forma de cobrar os investimentos e planejamentos do governo sobre o assunto. Seremos uma frente suprapartidária, pois o crack precisa de um enfrentamento", disse Braga.

Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dos maiores especialistas do assunto no País, o encontro é um ponto essencial para se tratar de frente o problema social que é o crack. "Atualmente vejo a intenção do governo e dos prefeitos para encarar o crack. As formas e o que fazer nós já temos há 15 anos, mas agora, mais do que nunca, está na hora de colocar em prática. E, para isso acontecer, é preciso investimento e planejamento em conjunto de todos os poderes", explicou Laranjeira, que também é professor da Unifesp (Universidade Federal Paulista).

Segundo Donisete Braga, mais do que nunca era preciso trazer à tona o crack para as discussões entre parlamentares e a sociedade. "Fomos omissos nesses últimos 20 anos, agora vamos trabalhar para criar uma maneira mais humana e realista para oferecer tratamento aos usuários e familiares."

A coordenadora de Saúde Mental de São Bernardo, Suzana Robortela, acredita na possibilidade de formação da Frente Parlamentar. "É o único jeito para a sociedade em geral acordar. Nós precisamos efetivamente criar soluções para este problema", disse a psiquiatra.




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