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Químicos e petroquímicos têm jornada menor
Do Diário do Grande ABC
05/06/2000 | 15:36
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A jornada de 33h36 semanais vigora no chao de fábrica dos setores químico e petroquímico há cerca de dez anos, informaram nesta segunda os sindicatos dos trabalhadores e dos patroes das categorias. Segundo os empregados, a próxima conquista de reduçao de jornada de trabalho será nas áreas administrativas e todas as outras que nao fazem parte da operacional.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas e Petroquímicas e Afins de Triunfo, Carlos Eitor Machado Rodrigues, afirma que a reduçao de 10% das 44h semanais (segunda a sexta-feira) para 36h tem sido discutida sistematicamente nas reunioes da Confederaçao Nacional dos Químicos, ligada à Central Unica dos Trabalhadores (CNQ-CUT).

Para ele, a exemplo do que ocorreu quando os operadores conquistaram as 33h36min semanais, sem reduçao dos salários, os trabalhadores das outras áreas continuarao recebendo o contracheque no mesmo valor da jornada anterior. A conta sobre o acréscimo de postos de trabalho é de 10% sobre um contingente de 1.100 empregados nas áreas administrativa e outras, ou seja, abrirao no mínimo mais 110 novas vagas no pólo petroquímico de Triunfo (RS). O total de trabalhadores do pólo é de 2.300, dos quais 1.200 sao operadores que se revezam em cinco turnos "Nao acreditamos que a reduçao da jornada vá aumentar o número de vagas. O que gera empregos é o desenvolvimento, e ele depende das reformas tributária e previdenciária", disse o diretor de Relaçoes Trabalhistas e Sindicais do Sindicato da Indústria Química e Petroquímica do Estado de Sao Paulo (Sinproquim), Enio Sperling Jacques. "Diante disso, a reduçao da jornada de trabalho é secundária", define.

Ele observa que, quando os trabalhadores em sistema de turno tiveram a jornada reduzida, ao invés de dois dias de folga para cada cinco trabalhados, passaram a ter quatro dias de descanso para a semana de cinco dias. "A automaçao industrial permitiu trabalhar com menos gente, a partir da década de 90",explica o diretor do Sinproquim.

O diretor do Sindicato do Ramo Químico e Petroleiro do Estado da Bahia e da CNQ-CUT, Luiz Carlos Santos afirmou que "a defesa de Fernando Henrique sobre a jornada de 35 horas, no exterior, para nós é uma surpresa agradável. Mas o governo anda na contramao, pois sempre que sai do País pensa diferente do que quando está no Brasil. Vamos cobrar esse tipo de declaraçao, para que seja colocada em prática para todos".

De acordo com Luiz Santos, o próprio presidente Fernando Henrique pode alterar a jornada de todos os trabalhadores brasileiros por meio de uma Medida Provisória. Hoje, o Congresso Nacional discute um Projeto de Lei do senador Joao Cândido (PT-RJ), para a reduçao da jornada de 44h para 36h. "Se Fernando Henrique quisesse mesmo, já teria feito isso, seja por Medida Provisória ou Projeto de Lei do Executivo", avalia Carlos Eitor Machado Rodrigues.




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