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Selton Mello domina as telas do cinema no Brasil
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
08/11/2001 | 18:04
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  Um dos filmes nacionais que estréiam nesta sexta nos cinemas, Caramuru – A Invenção do Brasil, de Guel Arraes, já chega com expectativa de sucesso de público. É que o filme segue os mesmos passos de O Auto da Compadecida, também de Arraes, que estreou na TV como minissérie e, posteriormente, foi transformado em longa-metragem recordista de bilheteria.

Outro ponto em comum é o elenco, também encabeçado por Selton Mello, que faz o herói errante Diogo Álvares. Em O Auto, Selton interpretava o personagem Chicó, um idiota completo, mas que sempre se saía bem das confusões graças à lábia afiada do amigo João Grilo (Matheus Natchergaele). O vilão também é o mesmo: Luis Melo, que fez o Diabo, interpreta Vasco de Athayde, o inimigo número 1 de Diogo.

Pintor português, Diogo se vê numa enrascada envolvendo Vasco de Athayde por florear demais a realidade. Desempregado, ele arruma um bico com o cartógrafo do rei, Dom Jaime (Pedro Paulo Rangel), que lhe dá a missão de ilustrar os preciosos mapas da expedição de Pedro Álvares Cabral.

Acontece que o jovem cai nas garras da ambiciosa Isabelle (Debora Bloch), uma cortesã francesa, e é deportado na caravela de Vasco de Athayde que parte rumo às Índias. Com o naufrágio da embarcação, ele acaba na costa brasileira, onde é acolhido pela índia Paraguaçu (Camila Pitanga), filha do cacique dos tupinambás.

O romance logo ganha um ingrediente novo: Moema (Deborah Secco), irmã caçula de Paraguaçu, também se afeiçoa ao estrangeiro – e é correspondida. O que poderia ocasionar uma tragédia faz nascer o primeiro triângulo amoroso dos trópicos. Até que o pai das moças, Itaparica (Tonico Pereira), que incorpora diversas características do perfil folclórico do brasileiro, decide dar um basta na diversão de Diogo.

O português, no entanto, escapa de virar banquete de tupinambás ao dar um tiro para o alto – e assim é batizado de Caramuru, o deus do trovão. Mas a harmonia do Novo Mundo está prestes a ser quebrada com a chegada de novos exploradores, que desejam tirar até a última gota de riqueza do Brasil.

Mostra – Os outros dois títulos que entram em cartaz nesta sexta participaram da 25ª Mostra BR de Cinema. Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, foi um dos mais aclamados do festival. Trata-se da adaptação da obra de Raduan Nassar que narra a trajetória de André, um rapaz perturbado com sua família. A opressão do pai e a superproteção da mãe são agravados pelo amor que sente pela irmã, Ana (Simone Spoladore). O protagonista é, mais uma vez, Selton Mello.

Já Milagre em Juazeiro, de Wolney de Oliveira, mistura ficção e realidade para tratar de um milagre feito por Padre Cícero em Juazeiro do Norte (CE), em 1889. Durante a missa, ele (José Dumont) entrega uma hóstia a Maria de Araújo (Marta Aurélia) que é imediatamente transformada em sangue. A partir desse fato, Oliveira refaz a história do líder espiritual, ainda hoje cultuado por cerca de 40 milhões de pessoas em todo o país.




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